Quarta-feira, 7 de Fevereiro de 2018 - Estrasburgo
Edição revista
Reforma da legislação eleitoral da União Europeia (debate)
António Marinho e Pinto, em nome do Grupo ALDE. – Senhor Presidente, Senhora Ministra, é necessário, é urgente uma reforma eleitoral na União Europeia que aproxime os deputados eleitos dos cidadãos eleitores, que inverta o sentido crescente da abstenção eleitoral, que, em suma, credibilize esta instituição parlamentar junto daqueles que representamos.
A União Europeia começou a construir-se ainda sobre os escombros fumegantes da Segunda Guerra Mundial e, desde então, essa construção tem-se processado passo a passo, umas vezes mais rapidamente, outras mais devagar.
Infelizmente, este Parlamento perdeu hoje uma rara oportunidade de dar um passo decisivo no sentido de uma maior integração europeia. Ao recusar a possibilidade de um círculo eleitoral europeu, este Parlamento adiou, sabe-se lá por quanto tempo, uma reforma que traria sangue novo a esta instituição parlamentar e lhe daria uma legitimidade reforçada.
A construção europeia vai continuar a processar-se, pois, ao ritmo dos compromissos possíveis entre os interesses egoístas dos vários Estados-Membros, em vez de se abrir também aos compromissos políticos diretamente assumidos com os cidadãos europeus.
Infelizmente, vamos continuar a ter eleições para este Parlamento cujas campanhas eleitorais se farão em torno das questões internas dos Estados-Membros e não dos verdadeiros problemas da Europa.
Hoje, a Europa atrasou-se no seu processo histórico. Por momentos, parece que os eurocéticos que se têm escondido atrás de um discurso, de uma retórica europeísta, se aliaram aos setores mais radicalmente antieuropeus deste Parlamento.