Miguel Viegas (GUE/NGL). – Senhor Presidente, passados dez anos sobre a falência do Lehman Brothers, creio que é tempo de fazermos um balanço daquilo que foi feito em termos de supervisão e regulamentação do sistema financeiro e no relacionamento com países terceiros.
Lamentavelmente, nós temos que reconhecer que pouco ou nada se avançou. É sintomático que não tenha sido possível obter um consenso para a criação de um fundo único de resolução que seja suficientemente dotado e que possa, no fundo, de forma credível, corresponder às promessas feitas de que o dinheiro dos contribuintes nunca iria ser utilizado para recapitalizar a banca falida e, em relação à supervisão, são pseudo regras destinadas apenas a maquilhar o balanço dos bancos cujo rácio de alavancagem continua elevadíssimo. Não se avançou em relação à separação da banca de retalho da banca de investimento, a banca sombra continua a crescer sem qualquer tipo de regulação.
Isto prova duas coisas: em primeiro lugar que o poder político continua captado pelos lobbies financeiros e a segunda conclusão é que só um controlo público da banca permitirá alinhar o sistema financeiro com os imperativos de desenvolvimento dos países.