Reforço do ensino, da investigação e da memória do passado totalitário na Europa (debate de atualidade)
Liliana Rodrigues (S&D). – Senhor Presidente, Senhora Comissária, a boa intenção que calculo ter presidido à sugestão deste debate deve deixar de lado a tentação de querer saber quem teve ou tem as piores ditaduras: se a esquerda, se a direita.
Uma ditadura é uma ditadura, ponto. Não tem qualquer inquinação ideológica neste aspeto. Não há ditaduras na Europa, mas alguns dos nossos lugares assomam arremedos trasvestidos de democracias iliberais, maneirismos de uma linguagem usada para entorpecer as pessoas e o seu sentido de alerta.
Assistimos a discursos de ódio e isso deveria ser o suficiente para nos encher de vergonha, a nós e a todos aqueles que morreram a combater os totalitarismos. Por isso, particularmente pela educação, poderemos recusar aquilo a que T.S. Eliot chamava provincianismo temporal, referindo-se aos que ignoravam e ignoram as lições e a sabedoria da História. Portugal sabe bem do que falo.