Proteger o Ártico e evitar tensões geopolíticas

Os eurodeputados aprovaram, esta quinta-feira, 16 de março de 2017, em sessão plenária, um relatório sobre uma política integrada da União Europeia para o Ártico com o objetivo de proteger o ecossistema da região e evitar tensões geopolíticas. A ameaça ambiental provocada pelo aquecimento global, a abertura de novas rotas de transporte marítimo, a extração de recursos naturais, o turismo e a crescente militarização da região são alguns dos desafios que a região enfrenta.

Infografia
Ártico: oportunidades e riscos

O relatório defende a proteção do ecossistema único e vulnerável do Ártico e a proibição da extração de petróleo e gás na região.


“Há muito tempo que o Ártico é uma zona de cooperação internacional e tem permanecido uma zona de poucas tensões. Queremos mantê-la assim. Temos de evitar a militarização do Ártico. Também é fundamental o respeito pela lei internacional na região", afirma Urmas Paet, (ALDE, Estónia) e um dos coautores do relatório.

Aquecimento global

O Ártico tem sofrido as consequências negativas do aquecimento global a um nível muito mais rápido do que a média mundial e o gelo polar tem diminuído de forma significativa: a sua extensão no verão é agora 40% inferior hoje aos níveis do início dos anos 80.

Oportunidades e riscos

Se por um lado o degelo nos polos contribui para o aumento do nível da água do mar que se prevê que suba 50 cm durante o século XXI, por outro lado permite o acesso a novas reservas de gás e petróleo, o aumento do turismo e a abertura de novas rotas marítimas. Todas estas oportunidades, aliadas à presença crescente de forças militares russas na região e ao interesse da China no acesso a novas rotas marítimas, trazem grandes desafios geopolíticos e ambientais à região e aos países vizinhos.

Impulsionados pelas alterações climáticas e uma potencial tensão política, os eurodeputados lançaram recomendações sobre como utilizar os recursos do Ártico, minimizando danos no ambiente.