Síria: eurodeputados condenam o alegado uso ilegal de armas químicas

Num momento em que conflito na Síria entra no oitavo ano, os eurodeputados voltaram a debater a crise no dia 17 de abril. Continue a ler para saber mais sobre a resposta do Parlamento.

Rua destruída na cidade de Douma ©Hassan Ammar/AP Photos/European Union-EP
Douma, a cidade onde alegadamente foi realizado o recente ataque com armas químicas. ©Hassan Ammar/AP Photos/European Union-EP

Sete anos de combates na Síria tiveram efeitos devastadores sobre a população e provocaram uma das piores crises humanitárias desde a II Guerra Mundial. Durante a abertura da sessão plenária que decorreu no dia 16 de abril, o Presidente do Parlamento Europeu, António Tajani, condenou veemente o alegado uso de armas químicas ilegais num dos mais recentes ataques do regime sírio, afirmando que “o Parlamento deve deixar claro que o uso de armas químicas é inaceitável e que representa uma linha vermelha que não pode ser ultrapassada impunemente”.  

Os líderes dos grupos políticos no Parlamento também condenaram o uso de armas químicas, tendo a maioria apoiado os ataques levados a cabo na Síria pela França, Estados Unidos e Reino Unido contra as instalações químicas do regime de Bashar al-Assad. Alguns eurodeputados, contudo, criticaram os três países por operarem sem qualquer mandato internacional.

Dirigindo-se aos eurodeputados durante um debate que teve lugar no dia 17 de abril, a Alta Representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, sublinhou que “não existe nenhuma solução militar para esta guerra” e pediu à UE que utilizasse todo o seu capital político para obrigar as partes a sentarem-se na mesa das negociações.

Numa resolução aprovada pelo Parlamento no dia 15 de março, os eurodeputados condenaram a crescente violência na Síria, acusando também o regime de Bashar al-Assad de “crimes hediondos”, exigindo uma “cooperação global renovada e enérgica para alcançar uma solução pacífica e sustentável para o conflito".

Resposta europeia à crise síria

Mais de 13 milhões de pessoas na Síria precisam de assistência humanitária, tendo 5,6 milhões de pessoas sido obrigadas a fugir do país. Uma em cada três escolas na Síria foi danificada ou destruída e 35% das famílias sírias não dispõem de um sistema seguro de abastecimento de água.

A União Europeia e os Estados-Membros têm estado na linha da frente da ajuda humanitária a todos os que têm sido afetados pelo conflito, tendo contribuido com mais de 10,6 mil milhões desde o início de 2011. A UE também proporciona um apoio substancial aos países vizinhos que acolhem refugiados, incluído a Turquia, a Jordânia e o Líbano. Nos dias 24 e 25 de abril, a UE e as Nações Unidas copresidiram à segunda conferência para "Apoiar o futuro da Síria e da região”, que teve lugar em Bruxelas.

O Parlamento Europeu continua a apelar ao fim da violência na Síria, com base na Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU.

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