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Relato integral dos debates
Quarta-feira, 4 de Setembro de 2002 - Estrasburgo Edição JO

Iraque
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  Nicholson of Winterbourne (ELDR). - (EN) Senhor Presidente, neste momento corremos o risco de nos pormos a tocar música enquanto Roma arde. A qualquer momento, a actual defesa aérea de baixa intensidade do sul e do norte do Iraque – que tem sido efectuada, com consideráveis riscos pessoais, por pilotos dos EUA, originalmente da França e também do Reino Unido, a quem presto a minha homenagem pelo número incontável de vidas que têm salvo – poderá ser intensificada e converter-se numa acção militar consideravelmente mais vigorosa, que, em minha opinião, receberá o apoio de um grande número de países que ainda não manifestaram a sua opinião. A voz da União Europeia tem de se fazer ouvir. Não podemos continuar a desempenhar um papel secundário, a contorcer as mãos e a repetir, como se de uma oração desesperada se tratasse, que “o Iraque tem de respeitar as convenções da ONU e os inspectores de armamento têm de entrar no país”, porque esta fera vai continuar sempre igual a si própria.

Temos amplas provas da utilização de armas de destruição maciça. Eu, pessoalmente, tenho provas em primeira mão da utilização dessas armas: a guerra química contra o povo do sul do Iraque no final dos anos 90. Falei com as vítimas que mal conseguiam manter-se de pé, sufocadas devido a nuvens de fumo amarelo que devia ser gás mostarda. Temos provas em primeira mão da destruição do ambiente, da água, da degradação da vida na região pantanosa do interior sul, por exemplo.

Em Joanesburgo falamos da necessidade de facultar ainda a milhões de pessoas o acesso a água; no entanto, permitimos que Saddam Hussein privasse de água mais de meio milhão de iraquianos. Ficámos calados. Temos provas disso em primeira mão, pois desde 1994 que sobrevoamos o sul do país.

No que respeita a direitos humanos e genocídio, cito o que afirmou Max van der Stoel quando relatou para as Nações Unidas a situação dos direitos humanos no Iraque: “Foi praticado genocídio contra os árabes das regiões pantanosas e o povo iraquiano”. Temos provas disso; eu, pessoalmente, tive provas em primeira mão.

Quanto à questão das armas de destruição maciça: é evidente que a nossa luta não tem exactamente a ver com a posse de armas de destruição maciça – infelizmente, são numerosos os países que têm esse tipo de armas –, o que conta é o uso que se dá a essas armas. Temos as permanentes ameaças de Saddam Hussein de invadir o Irão e o Kuwait. Eu vi as fronteiras pejadas de minas e os tanques mesmo junto da fronteira com o Irão. Dispomos dessas provas.

O que é que podemos fazer? Podemos criar a Comissão de Inquérito sobre as violações dos direitos humanos recomendada no nosso relatório, ao qual o Senhor Comissário tão gentilmente acabou de se referir. Obtivemos uma votação esmagadora – uma maioria de 85% a favor da votação desse relatório. Apelo ao Senhor Comissário e ao Conselho de Ministros para que criem hoje mesmo a comissão atrás referida.

(Aplausos do centro e da direita do hemiciclo)

 
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