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Relato integral dos debates
Quarta-feira, 2 de Julho de 2003 - Estrasburgo Edição JO

Programa de actividades da Presidência italiana
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  Abitbol (EDD). - (FR) Senhor Presidente, Senhor Presidente em exercício do Conselho, após ter saudado como devia a sua chegada à cabeça da UE, tenho agora que manifestar um profundo desacordo com a tónica principal que o senhor conta dar à sua Presidência: inscrever a União Europeia na rota dos Estados Unidos da América. Os povos europeus não o desejam e já o manifestaram durante a guerra no Iraque. E também não é a opção das Instituições europeias. Assim, a exemplo do Parlamento, a Comissão, pela voz do Senhor Comissário Patten - que não é um perigoso esquerdista - e pela do Senhor Presidente Prodi - que talvez o seja um pouco mais -, e até mesmo o Conselho, pelo menos aparentemente, manifestaram a sua defesa de um mundo multilateral sob a égide das Nações Unidas e não sob a égide dos Estados Unidos.

Os Europeus esperam a afirmação de uma identidade europeia própria. Nasceu uma opinião pública, Senhor Presidente Berlusconi. Não a decepcione. Com efeito, de que é que serviria essa pretensa Constituição - gostemos ou não dela - que representa um salto considerável em direcção à soberania europeia, se o nosso continente acabasse como uma sucursal do império americano? Senhor Presidente, uma vez que este Tratado deve ser assinado em Roma no início de Maio de 2004, espero que tenha a preocupação de propor aos seus colegas da Conferência Intergovernamental (CIG) que esta Constituição seja submetida ao referendo dos povos europeus, únicos detentores da soberania e portanto únicos habilitados a ela renunciarem.

Por fim, Senhor Presidente, a Conferência Ministerial da Organização Comercial do Mundo - nome que me parece mais justificado do que o de Organização Mundial do Comércio (OMC) - terá lugar em Cancum durante a sua Presidência. Dentro do mesmo espírito, espero que essa reunião não seja ocasião para que a nossa velha Europa a que estamos afinal muito ligados sacrifique as suas culturas, os seus modos de vida, a sua comunidade, no altar de uma livre troca sem limites. A nossa agricultura já foi mais ou menos remodelada em conformidade com as regras da Organização do Comércio. Temo que as nossas culturas, as nossas identidades e a nossa especificidade, que foi no entanto a matriz das civilizações mundiais, levem o mesmo caminho.

 
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