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Relato integral dos debates
Quarta-feira, 8 de Outubro de 2003 - Bruxelas Edição JO

Preparação do Conselho Europeu (Bruxelas, 16-17 de Outubro de 2003)
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  Abitbol (EDD). - (FR) Senhor Presidente, teria sido óptimo que os oradores precedentes não tivessem duplicado o seu tempo de palavra, pois todos nós temos outros compromissos depois deste debate. A cortesia, porém, não é a característica mais comum neste Parlamento.

Senhor Presidente, Senhor Presidente da Comissão, um dos vossos ilustres antecessores, Jacques Delors, disse, numa entrevista recente, que o Parlamento Europeu faria melhor em ocupar-se dos assuntos que preocupam os cidadãos europeus em vez de se ocupar dos direitos humanos na Guatemala ou dos direitos da mulher na Guiné Equatorial. Questões interessantes, sem dúvida, mas neste momento o que mais preocupa os Europeus - e que, se não me engano, é um assunto que deverá ser tratado na Cimeira de Bruxelas - é o incrível défice de crescimento que ameaça fazer soçobrar a economia europeia e, no seio desta economia europeia, muito em particular os países que escolheram colocar o seu destino nas mãos do euro e do Banco Central Europeu. Com efeito, sejam quais forem os critérios escolhidos - a dívida, o défice, o crescimento, o desemprego, a inflação -, os três Estados-Membros que não optaram pelo euro e que mantiveram a sua moeda nacional são os que se encontram em melhor situação, incluindo - veja-se o relatório da Comissão a este respeito - no domínio da competitividade e da estratégia de Lisboa. Os três países a subir ao pódio para receber as medalhas são o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia, país que, de resto, acaba de dar uma resposta inequívoca à política monetária europeia.

Atendendo a que a Cimeira de Bruxelas deverá superintender a transição entre o Sr. Duisenberg e o Sr. Trichet, não poderia ela debruçar-se sobre a política que tem sido conduzida desde a introdução do euro em 1999? Diga-se de passagem, Senhor Presidente Prodi, que esse acontecimento é algo pelo qual o seu mandato será recordado, uma vez que assumiu funções antes da introdução do euro e abandonará o cago depois do seu estabelecimento. O que se constata com esta moeda, e que é incrível, é que ela é impulsionada pelo dólar para níveis máximos - não por sua própria vontade, mas como uma rolha de cortiça atirada para o topo pela força das ondas -, quando todo a gente sabe que milhares de empregos são suprimidos todos os dias, em resultado de uma política monetária malthusiana e, agora, de uma atitude negligente em relação ao mercado cambial que converte o euro no principal factor de desvantagem da economia europeia, sobretudo para os países da zona euro.

Senhor Presidente, Senhor Presidente Prodi, a respeito desta questão, que é uma das principais preocupações dos cidadãos europeus, será que alguém vai recordar ao Banco Central a sua missão, que é assegurar o crescimento ou, pelo menos, assegurar que tenhamos uma moeda que esteja ao serviço da economia europeia?

 
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