Quarta-feira, 5 de Fevereiro de 2014 - Estrasburgo
Edição revista
Os seguros contra catástrofes naturais ou de origem humana (A7-0005/2014 - Sampo Terho)
João Ferreira (GUE/NGL), por escrito. - Este relatório reconhece que o aumento do número de desastres naturais se deve em grande medida à destruição do meio ambiente decorrente das políticas atuais e do modelo económico (o relatório não o refere mas referimos nós: capitalismo) seguido pela UE. Reconhecimento que não se traduz em mudança de políticas mas tão-só numa oportunidade que a maioria do PE aproveita para levar mais longe os interesses do grande capital financeiro, defendendo a solução neoliberal pela mão do mercado, propondo o reforço da oferta de seguros privados para fazer face às consequências. O relatório expressa apenas preocupação com a desigualdade entre Estados-Membros relativamente aos riscos de catástrofes por não serem devidamente refletidos nos referidos seguros privados. As preocupações cingem-se, portanto, aos lucros das seguradoras, que aqui se reconhece não terem o êxito de vendas esperado, sendo necessário, por isso, estimular a oferta, a concorrência entre seguros e incentivar a compra destes produtos. Insiste-se, portanto, no modelo económico que causou a sucessão de catástrofes naturais e a degradação ambiental, assim como no desmantelamento dos serviços dos Estados com a responsabilidade de proteger os cidadãos, particularmente os mais desprotegidos e/ou afetados por catástrofes que em muitos casos não tinham forma de evitar.