Escassez alarmante de pagamentos para o financiamento da ajuda externa da UE (debate)
Alda Sousa, em nome do Grupo GUE/NGL. – Senhora Presidente, o Comissário Lewandowski acabou de dizer há pouco que a escassez dos recursos orçamentais da União Europeia e dos Estados-Membros é um facto incontornável. Eu gostaria de dizer que, em política, não há factos incontornáveis, há escolhas e penso que não é novidade para ninguém que as escolhas que este Parlamento fez, juntamente com o Conselho em matéria de orçamento, são absolutamente desastrosas, isso está-se a ver já em matéria de ajuda humanitária.
Eu gostava que os colegas se colocassem na posição de alguém que nos está a ouvir e precisa desesperadamente dessa ajuda humanitária. Em primeiro lugar, eu gostava de dizer que a ajuda humanitária é um orçamento absolutamente reduzido da União, comparado com as medidas securitárias ou orçamento para medidas securitárias; em segundo lugar, nos tivemos há muito pouco tempo na Comissão dos Orçamentos alguém da Palestina, da UNRWA, a falar da situação absolutamente dramática e essa situação, como outras, não pode esperar nem que o Parlamento se reconstitua, nem que haja maior competência por parte da Comissão e do Conselho. As medidas são urgentes, há vidas que estão a ser adiadas. Além do mais, talvez se a União Europeia e alguns Estados-Membros tivessem uma política externa um bocado diferente, talvez não se chegasse a esta situação de necessidade absoluta de ajuda humanitária nalgumas circunstâncias.