Alda Sousa, Autora. - Senhor Presidente, é sabido que a guerra e décadas de violência no Afeganistão trouxeram uma grande instabilidade a toda a região, e o Paquistão não escapou a essa instabilidade. A perseguição das várias minorias religiosas é recorrente, eu diria várias, não são apenas as cristãs, como aqui foi feito passar há pouco. Há perseguições que são feitas por grupos fundamentalistas ou por multidões em fúria. É verdade que se assiste a assassinatos extrajudiciais. Mas não são só. Muitos cidadãos agnósticos ou ateus são também perseguidos. Vários jornalistas têm sido assassinados e o mesmo tem acontecido a sindicalistas.
Neste contexto, as mulheres são ainda mais vulneráveis. A questão da religião tem sido muitas vezes usada para objetivos políticos. A pena de morte continua a estar em vigor e várias organizações de direitos humanos estimam em cerca de 8 mil as pessoas que estão no corredor da morte. É o próprio Estado que se mostra incapaz de garantir os direitos das minorias e que acaba por promover a violência.
É evidente que é imperioso pressionar o Governo do Paquistão para tomar medidas que garantam a liberdade de religião ou de não religião, a liberdade de expressão, que acabem com a censura na Internet.
Mas nós também somos daqueles e daquelas que acreditamos na força e na importância das forças que estão no terreno, dos homens e das mulheres que já agora, neste momento, estão a lutar por esses direitos e pela alteração da situação.