As recentes declarações do Ministro do Interior de Itália sobre as populações sinti e ciganas e os direitos das minorias na UE (debate de atualidade)
Ana Gomes (S&D). – Senhora Presidente, desde que chegou ao poder, Salvini ainda não parou de mentir e de promover uma agenda perversa, racista e anti-União Europeia, no seu país e não só, como se viu na aliança que fez com o ministro alemão Seehofer, o primeiro-ministro Kurz e os seus aliados de Visegrad, contra migrantes e refugiados.
Recenseamentos raciais e deportações relativamente a uma minoria étnica são mais do que ilegais, são crime. Salvini fomenta a sua agenda, a sua narrativa política assente no medo e na xenofobia, que fomentam o ódio e a discriminação racial. Começou pela perseguição a refugiados e imigrantes, logo o seu alvo foram as minorias roma e sinti.
Quem virá a seguir? O que prepara o desgraçado do Ministro do Interior de Itália? Os apoiantes de Salvini, dentro e fora deste Parlamento, envergonham a Europa. Desumanizam gente vulnerável, querem fazer bodes expiatórios e perseguir as minorias mais pobres e socialmente desfavorecidas, por responsabilidades coletivas de todos nós.
Certamente que podemos e devemos fazer mais pela plena integração social dos roma e dos sinti, que são tão europeus como todos nós – são mesmo a minoria com maior representatividade na Europa.
A Soraya Post alertou aqui para os pogroms que já estão em curso nesta Europa, na Ucrânia. É tempo de nos lembrarmos das trágicas lições da história europeia. A última vez que foram decretadas leis contra os roma foi nos tempos de Mussolini, em 1938.
Não podemos regredir civilizacionalmente. Salvini tem de ser chamado à justiça, em Itália ou no quadro europeu, por incitamento ao ódio e discriminação racial, por violação do direito europeu e do direito internacional. Salvini foi eleito, mas desonra a Itália. Não a protege, põe-na em perigo, põe toda a Europa em perigo. O fascista Salvini tem de parado.