José Inácio Faria (PPE). – Senhora Presidente, Senhor Comissário, a definição one health veio expandir o conceito de saúde humana a outros fatores que a influenciam, como a saúde animal e o ambiente. Independentemente do controlo de antibióticos no meio ambiente ser muito incipiente, quero saudar o esforço desta resolução ao propor medidas importantes no âmbito da saúde animal.

O facto é que se tornou inadiável travar a utilização desregrada de antibióticos introduzida pela intensificação das práticas de criação animal. No entanto, e ainda que os antibióticos tenham importância na garantia da segurança alimentar, não podemos deixar que as opções de diminuição dos custos de produção se façam à custa do futuro da nossa saúde.

No que respeita à saúde humana, parece que o melhor remédio é mesmo prevenir. Estou convicto de que o reforço na utilização de vacinas previstas no relatório é por demais oportuno e, por isso, gostaria de relembrar o número de mortes que poderiam ter sido evitadas na Europa, este ano, se não fosse a campanha anticientífica que desacreditou as vacinas enquanto ferramenta essencial de saúde pública.

Sem escamotear que os sistemas de saúde nos Estados—Membros enfrentam enormes desafios de financiamento, temos que continuar a investir nas tecnologias de diagnóstico rápido e na investigação de novos antibióticos, sobretudo os que funcionam como últimas linhas terapêuticas a serem utilizadas só em casos extremos.

Mas, para podermos ter estes antibióticos, teremos que testar novas formas de remuneração dos produtores que não assentem no volume de vendas de medicamentos. Termino dizendo que a resistência antimicrobiana é um problema de saúde pública para o qual a sociedade civil tem de estar sensibilizar e é um problema à escala global, e sem querer criar cenários apocalípticos, a regulamentação de hoje pode evitar uma pandemia mundial com impacto e dimensões inimagináveis.