Conclusões da reunião do Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro de 2018 (debate)
Ana Gomes (S&D). – Senhora Presidente, à parte o Brexit, o Conselho mostrou os nossos governos bloqueados. Continua a alimentar o negócio de traficantes de seres humanos ao não abrir vias legais seguras, controladas, para migrantes e refugiados.
Deixam afogar no Mediterrâneo gente pobre enquanto 18 Estados—Membros vendem vistos gold a migrantes ricos, pondo em risco a segurança europeia, infiltrados, corrompidos e capturados por cleptocratas e máfias.
Sem cuidar da eurozona, o Conselho adia taxar os gigantes do digital, via CCTB, enquanto deixa grupos criminosos, incluindo terroristas, continuarem a financiar-se com a fraude carrossel sem reformar o IVA. Clamam por interoperabilidade, mas a maior parte dos governos não está sequer a operacionalizar o PNR, as listas de passageiros que dizem vitais contra os terroristas, mas de que excluíram os voos civis privados, como os que levaram a Istambul os assassínios de Khashoggi e que em muitos aeroportos europeus não seriam controlados.
O Presidente Tusk condenou hoje aqui esse brutal assassinato, mas o Conselho nada fez para parar a exportação de armas para a ditadura saudita. Não admira! Passou um ano sobre o assassinato da jornalista Daphne Anne Caruana Galizia. Os mandantes continuam à solta, impunes, e Joseph Muscat, principal responsável pela investigação que está parada em Malta, tem assento no Conselho Europeu. Todos os que lá se sentam deviam corar de vergonha.