Resultados e recomendações da Comissão Especial sobre o Terrorismo (debate)
Ana Gomes (S&D). – Senhor Presidente, nesta comissão especial, ouvimos dezenas de responsáveis da segurança interna e externa, peritos, académicos, vítimas de terrorismo. Este relatório reflete trabalho intenso e sério para corrigir erros e tornar mais eficaz um combate que é político, não só securitário.
Reforçamos a convicção de que não se combate o terrorismo pondo em causa direitos fundamentais dos cidadãos. Isso é fazer o jogo dos terroristas.
Propomos medidas contra o chocante falhanço dos nossos governos em aplicar legislação europeia e recomendações do GAFI no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, incluindo a necessidade de criar uma unidade de informação financeira europeia e reformar o IVA para impedir a fraude de carrossel de continuar a financiar máfias transnacionais, incluindo terroristas.
Propomos medidas também para acabar com a hipocrisia dos governos europeus que abandonam as vítimas do terrorismo, uma vez desviados os holofotes mediáticos.
O meu grupo propôs medidas para o reforço da cooperação europeia a todos os níveis, incluindo na intelligence, na interoperabilidade, no controlo das fronteiras, no profissionalismo, na gestão das cadeias, na vigilância do proselitismo religioso, na propaganda e no recrutamento online, na vigilância do ciberespaço e do espaço público, incluindo contra o crescimento da violência de extrema-direita nazi e fascista que representa uma cada vez maior ameaça aqui na Europa.
O que o meu grupo não pode aceitar é a tentativa, por alguma direita, de estigmatizar imigrantes como se gerassem terroristas e como se não fosse a falta de investimento público na inclusão social a causa da radicalização de tantos cidadãos nascidos e criados em solo europeu. Como não aceitamos a tentativa de estigmatizar muçulmanos quando eles constituem 95% das vítimas do terrorismo globalmente e quando precisamos deles para impedir atos de grupos terroristas que, perversamente, invocam o Islão.
(O oradora recusa uma pergunta “cartão azul” de Bruno Gollnisch)