Matança de golfinhos nas ilhas Faroé

12.12.2008

PERGUNTA ESCRITA E-6901/08
apresentada por Luca Romagnoli (NI)
à Comissão

Depois dos bem documentados episódios do massacre de baleias nas ilhas de Faroé, ocorreram outras abomináveis matanças neste território pertencente à Dinamarca. Desta vez foram vítimas numerosos exemplares de «globicéfalos», da espécie Globichephala melas (baleias piloto), que se assemelham a baleias mas pertencem à família dos golfinhos. Segundo algumas fontes internacionais, há 300 anos que se pratica regularmente semelhante barbárie, com a captura e a morte de centenas de golfinhos por jovens adultos que, com tamanha brutalidade, inauguram a entrada na sua vida adulta.

Apesar de o golfinho «calderone», como se costuma chamar, não ser uma espécie muito estudada, existem provas consistentes que revelam que as unidades populacionais desta espécie começaram a sofrer uma forte redução, nomeadamente devido à diminuição das populações de lulas, seu principal alimento. Além disso, a espécie consta da «lista vermelha» das espécies em perigo elaborada pela União Internacional para a Conservação da Natureza. A União Europeia já acordou numa posição comum com vista ao apoio à moratória mundial sobre a pesca comercial da baleia, que inclui os globicéfalos nas espécies em causa, mas o Governo dinamarquês decidiu ser o único membro da UE a não participar na frente unida.

Neste contexto, não considera a Comissão que seria necessário prever medidas mais eficazes para pôr termo a massacres bárbaros como este e preservar a diversidade biológica? Não considera que se impõe exercer maior pressão sobre o Governo dinamarquês para impedir fenómenos desta natureza, pelo menos nos territórios que integram a União?

JO C 316 de 23/12/2009