Segurança de um herbicida amplamente utilizado
23.9.2010
Pergunta com pedido de resposta escrita E-7874/2010
à Comissão
Artigo 117.º do Regimento
Michail Tremopoulos (Verts/ALE)
Um estudo[1] dá conta de que o glifosato, a substância activa do Roundup, o herbicida mais vendido no mundo, provoca displasias em embriões de rã e de galinha utilizados em experiências, quando administrado em doses muito mais baixas do que as utilizadas nas pulverizações agrícolas e muito inferiores aos limites máximos de resíduos em produtos em vigor na UE. Este estudo foi desencadeado pelo aparecimento de relatórios médicos que referem a ocorrência de elevadas taxas de displasias em recém-nascidos em regiões agrícolas da Argentina, onde a soja geneticamente modificada «Roundup Ready» (RR) da empresa Monsanto está a ser cultivada em vastas áreas de monocultura com pulverizações aéreas regulares.
Os números falam por si: o limite máximo de resíduos (LMR) admissível na UE para o glifosato nas sementes de soja é de 20 mg/kg. Note-se que este limite aumentou 200 vezes (de 0,1 mg/kg para 20 mg/kg em 1997) a partir do momento em que a soja RR geneticamente modificada foi comercializada na Europa. O estudo em questão detectou displasias em embriões que tinham sido expostos a 2,03 mg/kg de glifosato. É possível que a própria soja, como produto, contenha resíduos de glifosato até 17 mg/kg. O Roundup é amplamente utilizado em combinação com soja geneticamente modificada.
Pergunta-se à Comissão:
- 1.Tem conhecimento das conclusões do referido estudo?
- 2.De que modo teve em conta essas conclusões no planeamento da sua política relativa aos OGM, sobretudo no que respeita a questões como a coexistência[2] e a autorização de novas variedades?
- 3.O que tenciona fazer relativamente ao pedido pendente da Monsanto para o cultivo do ΝΚ603, uma variedade de milho resistente ao glifosato, sobre o qual a EFSA já emitiu um parecer positivo?
JO C 243 E de 20/08/2011