Relatório - A9-0265/2021Relatório
A9-0265/2021

RELATÓRIO sobre a recomendação do Parlamento Europeu ao Vice-Presidente da Comissão/Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança referente às relações políticas e à cooperação entre a UE e Taiwan

9.9.2021 - (2021/2041(INI))

Comissão dos Assuntos Externos
Relator: Charlie Weimers


Processo : 2021/2041(INI)
Ciclo de vida em sessão
Ciclo relativo ao documento :  
A9-0265/2021
Textos apresentados :
A9-0265/2021
Textos aprovados :

PROJETO DE RECOMENDAÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU

ao Vice-Presidente da Comissão/Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança referente às relações políticas e à cooperação entre a UE e Taiwan

(2021/2041(INI))

O Parlamento Europeu,

 Tendo em conta os relatórios anuais do Parlamento Europeu sobre a PESC e os seus capítulos relativos às relações entre a UE e Taiwan,

 Tendo em conta o mecanismo de diálogo sobre a política industrial entre a UE e Taiwan, criado em 2015,

 Tendo em conta a sua Resolução, de 9 de outubro de 2013, sobre as relações comerciais UE-Taiwan[1],

 Tendo em conta a participação de Taiwan na rede europeia de empresas, na plataforma europeia de cooperação entre agrupamentos de empresas e no diálogo sobre a economia digital,

 Tendo em conta o comunicado dos ministros dos Assuntos Externos e do Desenvolvimento do G7, de 5 de maio de 2021, nomeadamente a secção sobre o apoio à participação significativa de Taiwan nos fóruns da Organização Mundial da Saúde e da Assembleia Mundial da Saúde,

 Tendo em conta os acordos de cooperação para combater a fraude comercial e a aplicação por Taiwan das normas internacionais de boa governação fiscal, a partir de 2017,

 Tendo em conta o sucesso da cooperação e da participação de Taiwan nos programas-quadro da União Europeia,

 Tendo em conta a consulta em matéria de trabalho entre a UE e Taiwan, estabelecida em 2018,

 Tendo em conta o regime de isenção de visto da UE para os titulares de passaportes taiwaneses desde 2011,

 Tendo em conta a política de «uma só China» da UE,

 Tendo em conta a declaração conjunta dos dirigentes dos EUA e do Japão, de 16 de abril de 2021,

 Tendo em conta a declaração conjunta dos dirigentes dos EUA e da República da Coreia, de 21 de maio de 2021,

 Tendo em conta a Comunicação Conjunta da Comissão, de 10 de junho de 2020, intitulada «Combater a desinformação sobre a COVID-19: repor a verdade dos factos» (JOIN(2020)0008),

 Tendo em conta as conclusões do Conselho, de 16 de abril de 2021, sobre a estratégia da UE para a cooperação na região do Indo-Pacífico,

 Tendo em conta o artigo 118.º do seu Regimento,

 Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Externos (A9-0265/2021),

A. Considerando que a UE e Taiwan são parceiros que partilham as mesmas ideias e os valores comuns da liberdade, da democracia, dos direitos humanos e do Estado de direito;

B. Considerando que a persistente beligerância militar e as atividades políticas coercivas, bem como outras formas de provocação, como a espionagem, os ciberataques e o desvio de talentos, da China contra Taiwan constituem uma grave ameaça para o statu quo das relações entre Taiwan e a China, bem como para a paz e a estabilidade da região do Indo-Pacífico, podendo inclusivamente levar a uma escalada perigosa da situação; que esta região se reveste de grande importância para a UE, quer devido aos seus numerosos parceiros próximos aí presentes, quer pelo facto de um dos seus Estados-Membros, a França, ter territórios ultramarinos na região;

C. Considerando que, em 2016, a UE se comprometeu a utilizar todos os canais disponíveis para incentivar iniciativas com vista à promoção do diálogo, da cooperação e do reforço da confiança entre as duas margens do estreito de Taiwan; que, no entanto, até ao momento, estas aspirações ainda não se concretizaram;

D. Considerando que os esforços de Taiwan para conter a propagação do coronavírus se revelaram dos mais eficazes do mundo; que os esforços de Taiwan com vista a contribuir ativamente, a diferentes níveis, para o bem comum da comunidade internacional durante a pandemia, nomeadamente mediante numerosos estudos internacionais, constituem um exemplo concreto do comportamento de Taiwan enquanto parceiro e uma prova de que o país deverá ser tratado como tal; que isto só vem demonstrar que Taiwan tem a capacidade de dar contributos igualmente valiosos para a comunidade internacional na resposta aos diversos desafios do nosso tempo; que o aumento recente do número de infeções por COVID-19, a falta de vacinas e a interferência da China nos esforços de Taiwan para as adquirir diretamente levantam sérias preocupações;

E. Considerando que a UE continua a ser a maior fonte de investimento direto estrangeiro (IDE) em Taiwan, com um valor acumulado de 48 mil milhões de euros até 2019, o que representa 31 % das entradas de IDE em Taiwan; que existe um potencial considerável para aumentar o IDE de Taiwan na UE; que Taiwan domina os mercados de fabrico de semicondutores, atendendo a que os seus fabricantes são responsáveis por cerca de 50 % da produção mundial de semicondutores;

F. Considerando que a localização de Taiwan, o seu papel fundamental nas cadeias de abastecimento mundiais de alta tecnologia e o seu modo de vida democrático fazem com que o país seja de importância estratégica para as democracias europeias;

G. Considerando que o montante total do comércio bilateral entre a UE e Taiwan ascendeu a 51 mil milhões de euros em 2019, o que faz de Taiwan o quinto maior parceiro comercial da UE na Ásia e o seu 15.º maior parceiro comercial no mundo;

1. Recomenda ao Vice-Presidente da Comissão/Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e à Comissão:

a) Que colaborem estreitamente com os Estados-Membros para intensificar as relações políticas entre a UE e Taiwan e procurar estabelecer uma parceria abrangente e reforçada sob a orientação da política de «uma só China» da UE; que considerem Taiwan um parceiro fundamental e um aliado democrático na região do Indo-Pacífico enquanto democracia sólida com uma economia tecnologicamente avançada, que poderia contribuir para manter uma ordem assente em regras no contexto de uma rivalidade crescente entre grandes potências;

b) Que realizem urgentemente uma avaliação de impacto, uma consulta pública e um exercício de análise prévia sobre um acordo bilateral de investimento com as autoridades taiwanesas tendo em vista a preparação das negociações para aprofundar os laços económicos bilaterais, uma vez que tal acordo conduziria a uma flexibilização dos requisitos de «conteúdos próprios» por parte dos investidores e dos produtores europeus em Taiwan; que recordem, no contexto da dinâmica regional, a importância das relações comerciais e económicas entre a UE e Taiwan, nomeadamente no que respeita a questões relacionadas com o multilateralismo e a OMC, a tecnologia e a saúde pública, bem como da cooperação essencial relativa aos fornecimentos críticos, como os semicondutores; que incentivem Taiwan a aumentar os investimentos na UE e salientem que o país é membro de pleno direito da OMC;

c) Que manifestem profunda preocupação com a persistente beligerância militar da China contra Taiwan e a pressão sobre esta última, nomeadamente através do investimento considerável da China em capacidades militares, da realização de exercícios de operações ofensivas e das frequentes violações do espaço aéreo de Taiwan; que critiquem igualmente a retórica inflamatória da China, assinalando a intenção aparentemente contraditória do país de querer integrar Taiwan no regime totalitário do Partido Comunista Chinês (PCC), ao mesmo tempo que afirma prosseguir um desenvolvimento pacífico das relações com Taiwan e insiste em que eventuais mudanças nas relações entre as duas margens do estreito não devem ser feitas de forma unilateral nem contra a vontade dos cidadãos taiwaneses; que exortem a UE e os Estados-Membros a assumirem um papel proativo na colaboração com parceiros internacionais que partilham as mesmas ideias, de modo a procurar obter a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan e estabelecer parcerias com o governo democrático de Taiwan;

d) Que manifestem profunda preocupação com a situação nos mares da China Oriental e da China Meridional e se oponham veementemente a eventuais tentativas unilaterais de alterar o statu quo e fazer aumentar as tensões; que reiterem a importância de respeitar o direito internacional, em especial a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) e as suas disposições sobre a obrigação de solucionar conflitos por meios pacíficos e de manter a liberdade de navegação e de sobrevoo;

e) Que relembrem que a manutenção da paz e da estabilidade na região do Indo-Pacífico se reveste de interesse fundamental para a UE e os seus Estados-Membros; que salientem que um conflito militar no estreito de Taiwan causaria não só fortes perturbações económicas com impacto nos interesses europeus mas também prejudicaria gravemente a ordem assente em regras na região, bem como a governação democrática centrada nos direitos humanos, na democracia e no Estado de direito;

f) Que tenham presente o facto de que a UE atribui grande valor à segurança no estreito de Taiwan e há uma ligação direta entre a prosperidade europeia e a segurança asiática e que, por conseguinte, caso um conflito se alastrasse, as consequências para a Europa iriam muito além do domínio económico; que declarem que as ações da China contra Taiwan e no mar da China Meridional terão consequências para as relações entre a UE e a China;

g) Que manifestem a sua preocupação com a legislação da China relativa a Taiwan e salientem que, devido à imposição da Lei de Segurança Nacional a Hong Kong, a reivindicação da Lei Antissecessão de 2005 no sentido de conceder a Taiwan um elevado grau de autonomia em caso de unificação perdeu por completo a credibilidade;

h) Que defendam firmemente a participação significativa de Taiwan, na qualidade de observador, em reuniões, mecanismos e atividades de organismos internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (CQNUAC); que instem os Estados-Membros e as instituições da UE a apoiarem as iniciativas internacionais que apelam à participação de Taiwan em organizações internacionais; que saúdem novamente a cooperação proativa de Taiwan com a comunidade internacional no âmbito da aquisição de conhecimentos sobre a pandemia de COVID-19 e da procura da melhor forma de lhe dar resposta, e sublinhem que esta situação demonstrou que os contributos de Taiwan na OMS seriam uma mais-valia para a saúde e o bem-estar dos cidadãos de todos os membros da organização;

i) Que incentivem o reforço dos intercâmbios, reuniões e cooperação a nível económico, científico, cultural, político e interpessoal entre a UE e Taiwan, bem como os intercâmbios com a participação de representantes dos Estados-Membros, inclusive nos níveis de maior responsabilidade, a fim de refletir plenamente a cooperação dinâmica, multifacetada e estreita entre a UE e Taiwan enquanto parceiros que partilham as mesmas ideias; que condenem as ameaças de represálias e a pressão exercida pela RPC sobre Miloš Vystrčil, presidente do Senado checo, relativamente à sua visita a Taiwan em agosto de 2020, e façam notar que a República Checa e todos os outros países soberanos têm o direito de desenvolver a cooperação económica e cultural com Taiwan;

j) Que abordem o problema das tensões no estreito de Taiwan, a necessidade de proteger a democracia do país e a questão da sua importância enquanto parceiro da UE e potência económica regional no contexto da futura estratégia da UE para a região do Indo-Pacífico, atualmente em preparação pelo SEAE e pela Comissão; que exortem a UE a colaborar estreitamente com outros parceiros que partilhem as mesmas ideias, através da sua estratégia para a região do Indo-Pacífico, em resposta à posição assertiva da China na região e para reforçar a ordem assente em regras, tendo em conta os interesses da UE na região;

k) Que continuem a adotar iniciativas para reforçar as relações económicas bilaterais e os contactos interpessoais, particularmente entre os jovens e também no meio académico, na sociedade civil, no desporto, na cultura e na educação, bem como as parcerias entre cidades e entre regiões; que louvem as geminações atualmente existentes entre cidades europeias e taiwanesas e incentivem a diplomacia das cidades como ferramenta para ajudar Taiwan a participar em iniciativas internacionais que lhe permitam evadir as tentativas da China de aumentar ainda mais o seu isolamento diplomático;

l) Que incentivem a cooperação europeia e taiwanesa no setor dos meios de comunicação social, de molde a diversificar o ambiente mediático em língua chinesa na UE e oferecer uma alternativa aos meios de comunicação social controlados pela RPC;

m) Que incentivem a UE e os Estados-Membros a ajudarem a sensibilizar a Europa para a situação no estreito de Taiwan, bem como para a complexidade das relações entre Taiwan e a China, através da criação e do financiamento de investigação e programas específicos destinados à sociedade em geral; que sublinhem a importância de investir num debate inclusivo nos Estados-Membros, para explicar ao público europeu os riscos de um avanço autoritário na região do Indo-Pacífico através da posição assertiva da China e dos seus esforços com vista a enfraquecer a democracia, especialmente em Taiwan, e as implicações para as democracias de todo o mundo de deixar tais ameaças por resolver;

n) Que incentivem o diálogo e a cooperação com Taiwan em todos os setores industriais e cadeias de abastecimento, em particular as indústrias emergentes e as indústrias de importância estratégica, como os veículos elétricos, a robótica e o fabrico inteligente, bem como as tecnologias de semicondutores;

o) Que apoiem o reforço de iniciativas que permitam à UE participar em parcerias com Taiwan nos domínios das TIC, da biotecnologia, da saúde e da segurança, e trabalhem em colaborações e iniciativas concretas entre a Estratégia da UE para a Conectividade e a Nova Política para o Sul de Taiwan; que apoiem fortemente a intensificação das parcerias no domínio dos semicondutores;

p) Que reconheçam o papel central de Taiwan em indústrias estratégicas, como a quinta geração de infraestruturas de comunicação (5G), uma vez que alberga a maior fundição do mundo e é o principal produtor de semicondutores; que salientem que, no futuro, os microcircuitos terão um papel fundamental na definição da ordem mundial e quem controlar a conceção e o fabrico de microcircuitos definirá o rumo para o século XXI; que recordem que a perturbação nas cadeias de abastecimento mundiais causada pela pandemia pôs Taiwan no centro dos esforços tecnológicos e também fez a UE perceber as suas vulnerabilidades, realçando a urgência de refletir sobre a forma de reduzir as suas dependências de intervenientes externos; que solicitem, por conseguinte, uma maior cooperação com Taiwan, a fim de apoiar a agenda da UE relativa à transição ecológica e digital, bem como os esforços da UE rumo à diversificação de cadeias de valor e de abastecimento, tendo em conta que a pandemia veio acelerar a procura de ambas, realçando a necessidade de mais investimento e apoio político, especialmente nas cadeias de valor de importância estratégica, como a microeletrónica, a condução autónoma e a inteligência artificial (IA), domínios em que Taiwan tem um papel de destaque;

q) Que louvem a organização do primeiro Fórum Europeu de Investimento em Taiwan, em setembro de 2020, e incentivem mais investimentos bilaterais em ambos os sentidos; que instem ao aumento de tais investimentos, em especial nas indústrias em que Taiwan é líder, nomeadamente tecnologias críticas como os semicondutores, que podem apoiar os esforços da UE para reforçar a sua própria capacidade em matéria de microeletrónica; que observem que, na sequência do diálogo sobre a economia digital entre Taiwan e a UE em 2020, as duas partes deveriam aprofundar as suas discussões no domínio da investigação e cooperação tecnológica, da cadeia de blocos, da IA, da certificação da cibersegurança, da economia dos dados e da conectividade digital, por forma a identificar novas sinergias, alargar o intercâmbio político sobre o desenvolvimento da economia digital e estabelecer parcerias mais alargadas;

r) Que se congratulem com os compromissos voluntários assumidos por Taiwan para ajudar a combater o aquecimento global, contribuindo assim para a concretização dos objetivos do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas;

s) Que incentivem a UE e os Estados-Membros a aprofundarem a cooperação com Taiwan no combate à desinformação proveniente de países terceiros mal-intencionados, incluindo a partilha de boas práticas, abordagens conjuntas para promover a liberdade dos meios de comunicação social e o jornalismo, o aprofundamento da cooperação em matéria de cibersegurança e de combate a ciberameaças, a sensibilização dos cidadãos e a melhoria global da literacia digital entre a população, de modo a reforçar a resiliência dos nossos sistemas democráticos; que apoiem uma cooperação mais intensa entre grupos de reflexão pertinentes europeus e taiwaneses neste domínio;

t) Que considerem a possibilidade de aprender com a experiência de Taiwan no combate à desinformação proveniente do continente, que visa atacar a independência dos meios de comunicação social taiwaneses utilizando as plataformas de redes sociais, infiltrando-se na televisão e na imprensa escrita taiwanesa a fim de influenciar a opinião pública, no intuito de prejudicar as eleições em Taiwan; que louvem o facto de Taiwan considerar a literacia mediática uma ferramenta útil e essencial para ensinar as pessoas a identificarem a desinformação e, por conseguinte, incorporar a literacia mediática nos programas de ensino;

u) Que salientem que os benefícios dos esforços de Taiwan na luta contra a desinformação e no combate às notícias falsas se estendem para além de Taiwan, influenciando não só a sua sociedade na ilha, mas também a comunidade de língua chinesa em Hong Kong e noutros países do Sudeste Asiático;

v) Que condenem as tentativas da China de desacreditar a forma como o Governo taiwanês fez face à pandemia; que louvem a abordagem ascendente eficaz de Taiwan, conduzida pelos seus cidadãos, com vista a verificar os factos das notícias e da informação recorrendo a tecnologia como a IA para intensificar esforços e permitir que os verificadores de factos identifiquem as alegações mais nocivas em circulação nas plataformas de redes sociais e, dessa forma, interrompam a sua propagação;

w) Que relembrem que a ameaça enfrentada por Taiwan devido às operações de desinformação da China faz parte de um problema maior com que se deparam as democracias de todo o mundo, numa era em que as tecnologias da informação têm um papel central na competição geopolítica pela liderança mundial; que relembrem que a China, juntamente com outros países não democráticos, continua a ser uma ameaça importante para as democracias na Europa devido a campanhas de desinformação, uma ameaça que aumentou significativamente com a pandemia, como se pode ler no relatório do SEAE de junho de 2020; que observem que a cooperação na luta contra a desinformação é, por conseguinte, do interesse tanto da UE como de Taiwan;

x) Que continuem a fomentar a colaboração existente entre a UE e Taiwan em matéria de investigação e inovação no âmbito do Programa-Quadro Horizonte Europa (2021-2027); que apelem à participação futura de um maior número de investigadores taiwaneses no Horizonte Europa;

y) Que continuem a promover o turismo e os intercâmbios de jovens com Taiwan através de iniciativas como os regimes de trabalho de férias, os programas Erasmus ou a Bolsa de Conectividade Taiwan-Europa, e a explorar oportunidades de cooperação no ensino superior e noutros domínios, com o objetivo de reforçar os conhecimentos especializados da China e de Taiwan na Europa e de contribuir para uma melhor compreensão da Europa em Taiwan;

z) Que incentivem a UE e os seus Estados-Membros a reforçarem a cooperação com Taiwan no âmbito do «Global Cooperation and Training Framework» (GCTF), uma plataforma de cooperação regional para o desenvolvimento de capacidades e de programas de formação para países terceiros em todo o mundo;

aa) Que alterem o nome do Gabinete Económico e Comercial Europeu em Taiwan para «Gabinete da União Europeia em Taiwan», por forma a refletir o amplo alcance dos nossos laços;

ab) Que se congratulem com os planos de criação de um Gabinete de Representação de Taiwan na Lituânia; que condenem a reação do Governo chinês de impor sanções económicas à Lituânia; que manifestem o seu apoio e solidariedade com a Lituânia a este respeito, tomem as medidas adequadas e instem o Conselho a proceder de igual modo;

ac) Que elogiem Taiwan enquanto parceiro notável na promoção dos direitos humanos e da liberdade de religião na região do Indo-Pacífico; que reconheçam que o desempenho de Taiwan permite que o país dê o exemplo na região, dado o seu forte historial de respeito das liberdades fundamentais, tanto económicas como sociais, bem como dos direitos políticos e culturais, incluindo os progressos realizados na defesa dos direitos das pessoas LGBTIQ, e dos direitos das comunidades indígenas; que solicitem ao Representante Especial da União Europeia para os Direitos Humanos e ao Enviado Especial da UE para a promoção da liberdade de religião ou de convicção fora da UE que participem nas convenções internacionais em matéria de direitos humanos em Taiwan e tomem medidas concretas para cooperar com Taiwan no sentido de promover os direitos humanos, os direitos sociais, a liberdade de religião, a economia digital e o crescimento sustentável dos países em desenvolvimento da região do Indo-Pacífico;

ad) Que reforcem a cooperação com Taiwan com vista ao intercâmbio de boas práticas no contexto da resposta à pandemia de COVID-19 e ao lançamento de iniciativas para facilitar a aquisição de vacinas, e continuem a reforçar a cooperação da UE com Taiwan no domínio da saúde e do controlo das doenças transmissíveis; que elogiem o Governo e o povo de Taiwan pela forma relativamente bem-sucedida como conseguiram conter a pandemia a nível interno e pela sua generosidade ao oferecerem ajuda a outros países; que relembrem que a resposta eficaz de Taiwan assentou na transparência, na abertura e na utilização de tecnologia em colaboração com a sociedade, uma abordagem baseada na confiança pública;

ae) Que louvem os atos de solidariedade de Taiwan com a UE, como demonstra a doação de mais de 7 milhões de máscaras cirúrgicas a vários Estados-Membros durante os difíceis primeiros meses da pandemia, bem como de cinco linhas de produção de máscaras à República Checa; que apelem a que esta solidariedade seja retribuída;

af) Que continuem a incentivar a partilha de informações entre os Estados-Membros e Taiwan e a luta conjunta contra a criminalidade transfronteiriça;

ag) Que reconheçam que os EUA e o Japão realçaram pela primeira vez a importância da paz e da estabilidade no estreito de Taiwan na declaração conjunta realizada numa cimeira bilateral recente, a que se seguiu uma declaração semelhante do G7 no início de maio; que instem a UE a colaborar com outros parceiros que partilham as mesmas ideias, como a Austrália, a Nova Zelândia, a Índia, o Japão, a Coreia do Sul e os Estados Unidos, e considerem a possibilidade de convidar Taiwan a participar com os seus parceiros nas plataformas e grupos de trabalho existentes no âmbito das indústrias críticas;

ah) Que incentivem os Estados-Membros que não disponham de uma convenção destinada a evitar a dupla tributação e a prevenir a evasão fiscal ou de um acordo para o intercâmbio de informação fiscal com Taiwan a encetarem negociações sobre esses acordos o mais rapidamente possível;

2. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente recomendação ao Conselho, à Comissão e ao Vice-Presidente da Comissão/Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, bem como ao Governo de Taiwan.

 


INFORMAÇÕES SOBRE A APROVAÇÃO NA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA DE FUNDO

Data de aprovação

1.9.2021

 

 

 

Resultado da votação final

+:

–:

0:

60

4

6

Deputados presentes no momento da votação final

Alviina Alametsä, Alexander Alexandrov Yordanov, Maria Arena, Petras Auštrevičius, Traian Băsescu, Anna Bonfrisco, Reinhard Bütikofer, Fabio Massimo Castaldo, Susanna Ceccardi, Włodzimierz Cimoszewicz, Katalin Cseh, Tanja Fajon, Anna Fotyga, Michael Gahler, Sunčana Glavak, Raphaël Glucksmann, Klemen Grošelj, Bernard Guetta, Márton Gyöngyösi, Andrzej Halicki, Sandra Kalniete, Maximilian Krah, Andrius Kubilius, Ilhan Kyuchyuk, David Lega, Miriam Lexmann, Nathalie Loiseau, Antonio López-Istúriz White, Jaak Madison, Claudiu Manda, Lukas Mandl, Thierry Mariani, David McAllister, Vangelis Meimarakis, Sven Mikser, Francisco José Millán Mon, Javier Nart, Gheorghe-Vlad Nistor, Urmas Paet, Demetris Papadakis, Kostas Papadakis, Tonino Picula, Manu Pineda, Thijs Reuten, Jérôme Rivière, María Soraya Rodríguez Ramos, Nacho Sánchez Amor, Isabel Santos, Jacek Saryusz-Wolski, Andreas Schieder, Radosław Sikorski, Jordi Solé, Sergei Stanishev, Tineke Strik, Hermann Tertsch, Harald Vilimsky, Idoia Villanueva Ruiz, Viola Von Cramon-Taubadel, Witold Jan Waszczykowski, Charlie Weimers, Isabel Wiseler-Lima, Salima Yenbou, Željana Zovko

Suplentes presentes no momento da votação final

Robert Biedroń, Vladimír Bilčík, Andrea Cozzolino, Özlem Demirel, Assita Kanko, Hannah Neumann, Mick Wallace

 


VOTAÇÃO NOMINAL FINAL NA COMISSÃO COMPETENTE QUANTO À MATÉRIA DE FUNDO

60

+

ECR

Anna Fotyga, Assita Kanko, Jacek Saryusz-Wolski, Hermann Tertsch, Witold Jan Waszczykowski, Charlie Weimers

ID

Anna Bonfrisco, Susanna Ceccardi

NI

Fabio Massimo Castaldo, Márton Gyöngyösi

PPE

Alexander Alexandrov Yordanov, Vladimír Bilčík, Traian Băsescu, Michael Gahler, Sunčana Glavak, Andrzej Halicki, Sandra Kalniete, Andrius Kubilius, David Lega, Miriam Lexmann, Antonio López-Istúriz White, Lukas Mandl, David McAllister, Vangelis Meimarakis, Francisco José Millán Mon, Gheorghe-Vlad Nistor, Radosław Sikorski, Isabel Wiseler-Lima, Željana Zovko

Renew

Petras Auštrevičius, Katalin Cseh, Klemen Grošelj, Bernard Guetta, Ilhan Kyuchyuk, Nathalie Loiseau, Javier Nart, Urmas Paet, María Soraya Rodríguez Ramos

S&D

Maria Arena, Robert Biedroń, Włodzimierz Cimoszewicz, Andrea Cozzolino, Tanja Fajon, Raphaël Glucksmann, Claudiu Manda, Sven Mikser, Demetris Papadakis, Tonino Picula, Thijs Reuten, Nacho Sánchez Amor, Isabel Santos, Andreas Schieder, Sergei Stanishev

Verts/ALE

Alviina Alametsä, Reinhard Bütikofer, Hannah Neumann, Jordi Solé, Tineke Strik, Viola Von Cramon-Taubadel, Salima Yenbou

 

4

-

NI

Kostas Papadakis

The Left

Özlem Demirel, Manu Pineda, Mick Wallace

 

6

0

ID

Maximilian Krah, Jaak Madison, Thierry Mariani, Jérôme Rivière, Harald Vilimsky

The Left

Idoia Villanueva Ruiz

 

Legenda dos símbolos utilizados:

+ : votos a favor

- : votos contra

0 : abstenções

 

 

 

Última actualização: 24 de Setembro de 2021
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