A guerra na Faixa de Gaza e a situação no Médio Oriente (debate)
António Tânger Corrêa (PfE). – Senhora Presidente, Senhor Comissário, Caros Colegas, o conflito que hoje grassa em Gaza é um conflito estrutural e não um mero conflito que data de alguns anos a esta parte. É um conflito que está profundamente agarrado a raízes que se baseiam no ódio e no racismo mútuo.
Vamos ser muito claros: não é em dois dias que se vai resolver aquilo que durante muito tempo grassou. Não é apenas um cessar‑fogo, que será quebrado na próxima oportunidade, que irá resolver o problema na Faixa de Gaza ou nas terras palestinianas. Não.
Devo dizer que será preciso uma ação diplomática muito forte. Houve um certo equilíbrio até ao dia fatídico de 7 de outubro. Eu sempre disse que o problema crucial seriam os reféns. Já mataram a maior parte deles, e alguns deles com requintes de selvajaria. Depois de terem feito uma conferência de imprensa, mataram-nos a sangue-frio. Isto é inaceitável.
Só vos faço uma pergunta: é se querem que realmente o Irão deixe de ser uma potência regional para ser uma potência global, através dos seus proxies, como o Hamas, o Hezbollah e outros movimentos terroristas, juntamente com a Irmandade Muçulmana, que domina cerca de 90% dos movimentos terroristas sunitas; se querem que o poder do Irão se estenda, ou não.
E para que isso não aconteça, é preciso negociar. É preciso reunir países que, neste momento, estão renitentes em fazê-lo para o conseguir, como o Egito, a Turquia e, obviamente, os Estados Unidos.
Meus caros amigos, o tempo é de uma reflexão profunda, mas também de uma ação rápida. Vamos rapidamente fazer uma paz a sério e não uma paz de peneira sobre o sol.