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Relato integral dos debates
Terça-feira, 5 de Setembro de 2000 - Estrasburgo Edição JO

Desenvolvimento económico e social da Turquia
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  Souladakis (PSE). - (EL) Senhor Presidente, colegas, concordo plenamente com o excelente trabalho do colega Morillon tal como o apresentou, e com os complementos introduzidos pelo colega Swoboda. Não vou repetir, portanto, os argumentos que aceitamos globalmente. Quero, porém, fazer algumas observações.

A particularidade das relações União Europeia-Turquia, como a temos vivido desde há muitos anos, no ponto de partida e no essencial, deve-se ao problema político chamado Turquia. Assim, em Helsínquia, há 9 ou 10 meses, deu-se início a um processo que, no fundo, tem também na sua perspectiva a resolução do problema político chamado Turquia. Nesse sentido, e já que se encontra presente o Comissário Verheugen, competente em matéria de alargamento, e uma vez que existe um clima em torno do texto que vai definir a relação de parceria entre a União Europeia e a Turquia que mais tarde virá até nós, estou certo de que se irá defender a inclusão no texto do acordo, e não no preâmbulo, de todas as condições contidas na decisão de Helsínquia e relacionadas com os direitos humanos, com o problema cipriota, com o Egeu, com as crises.

Tenham cuidado com a Turquia. É um caso estranho. Lança crises por todo o lado à sua volta. Nós, que vivemos na região, queremos que as crises acabem finalmente. E as crises acontecem por causa da estrutura do seu sistema político. Recentemente fomos testemunhas das manifestações dos cipriotas turcos em Chipre, que finalmente abriram as suas bocas e já denunciam a Turquia como força de ocupação. Ainda ontem ouvi na BBC o chefe de um partido de cipriotas turcos - cipriotas turcos, não colonos - da metade que ficou em Chipre, que dizia: "Finalmente, Turcos, deixem-nos entrar para a União Europeia, já que vocês também querem entrar, deixem-nos entrar a nós mais cedo".

Assim, já que nesta relação está em jogo a fisionomia política da Europa, está em jogo a sua perspectiva, estão em jogo os seus princípios, tenho a certeza de que o Comissário irá confirmar-nos que a Comissão, enquanto guardiã desses princípios, condicionará o processo de adesão da Turquia a esses princípios. E acredito que essa é a questão mais importante, esse percurso e essa caminhada. Porque não creio, Senhor Comissário Verheugen, que todos nós possamos aceitar que, por um lado, se aprovem dotações, se vote a favor de governos, e que, por outro lado, continue a existir o status quo militarista que fixa condições de política à custa de todos nós. Deste ponto de vista, a proposta Morillon é uma perspectiva animadora. Nós, enquanto Gregos, queremos a Turquia na União Europeia, queremos uma Turquia democrática, porque essa Turquia democrática será o ponto de partida para o fim das crises em toda a região, crises essas a que assistimos há demasiados anos e que todos temos vivido de forma negativa.

 
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