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Relato integral dos debates
Quarta-feira, 31 de Janeiro de 2007 - Bruxelas Edição JO

3. Declaração da Presidência
Ata
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  Presidente. – Senhoras e Senhores Deputados, a liberdade de expressão não é um dado adquirido. Estou certo de que todos vós soubestes do terrível assassinato, a 19 de Janeiro, do jornalista turco-arménio Hrant Dink, que havia, ao longo dos últimos anos, chamado frequentemente a atenção sobre si ao exortar no sentido de haver uma abordagem da história dos arménios sob o domínio otomano, assim atraindo a hostilidade de muitos nacionalistas e sendo repetidas vezes perseguido pela justiça turca devido ao que escrevia e ao que dizia.

Quero, em nome desta Assembleia, exprimir o nosso horror perante este crime. Reconhecemos ter o Governo turco na sua generalidade manifestado sentimentos idênticos, o que nos apraz registar, tendo essa sua determinação resultado já na detenção do confesso autor do crime.

O alegado assassino – de apenas 17 anos de idade – tem como motivos evidentes, entre outros, sentimentos nacionalistas e um total desprezo pelas opiniões dos outros.

Segundo relatos da comunicação social, no funeral de Hrant Dink participaram milhares de pessoas, incluindo o senhor deputado Joost Lagendijk, meu representante na qualidade de presidente da Delegação à Comissão Parlamentar Mista UE-Turquia, e a senhora deputada Hélène Flautre, presidente da nossa Subcomissão dos Direitos do Homem.

O imparável interesse do povo e da comunicação social da Turquia dão-nos esperança de que este infausto acontecimento desencadeie no Governo turco o impulso de não continuar a protelar as reformas na área do Direito Penal com vista a proteger a liberdade de expressão.

Peço agora a V. Exas. que, tal como fizemos quando a grande jornalista russa Anna Politkovskaya foi assassinada, se levantem e guardem um minuto de silêncio em memória de Hrant Dink.

(O Parlamento, de pé, guarda um minuto de silêncio)

 
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