Presidente. Segue-se na ordem do dia o debate de seis propostas de resolução(1) sobre o sequestro do jornalista Alan Johnston em Gaza.
Richard Howitt (PSE), autor. – (EN) Senhora Presidente, se me permite, gostaria de começar por dizer que a semana passada mais de mil trabalhadores da BBC, amigos e colegas de Alan Johnston, se reuniram numa vigília em sua homenagem nas instalações da BBC espalhadas pelo mundo. Gostaria de saudar o pessoal da BBC que trabalha aqui em Estrasburgo e que, em homenagem ao seu colega desaparecido, estão hoje aqui na galeria do público para ouvir o nosso debate.
(Aplausos)
Quando se verifica um rapto em qualquer parte do mundo, os amigos e familiares da vítima procuram sempre os meios de comunicação a fim de chamar a atenção do público e a nossa, enquanto políticos, para a sorte do seu ente querido. Quando a pessoa raptada é ela própria um jornalista, cabe-nos a responsabilidade de acalentar a sua sorte assim como os jornalistas acalentam a dos outros.
É isso o que acontece com o jornalista da BBC Alan Johnston, raptado em Gaza há 46 dias. A carreira pessoal de Alan simboliza a extraordinária reputação de integridade e objectividade da BBC. Depois de ter trabalhado no Uzbequistão e no Afeganistão, Alan dedicava-se apaixonadamente a fazer reportagens sobre o povo palestiniano com o qual tem uma ligação próxima e pelo qual nutre um profundo respeito. Isto teve enormes repercussões junto do seu público, de tal modo que esta semana 50 000 pessoas assinaram a petição on line a pedir a sua libertação.
Os nossos primeiros pensamentos vão, naturalmente, para Graham e Margaret Johnston e os outros membros da sua família, a quem enviamos a nossa mensagem de simpatia e apoio.
Gostaria de prestar homenagem aos esforços de todos os membros da administração e do pessoal da BBC, bem como dos jornalistas e dos sindicatos da Grã-Bretanha e de todo o mundo que têm conduzido a campanha pela libertação de Alan.
Um dos colegas hoje aqui presentes disse-me que Alan é conhecido muito simplesmente como alguém que dá vida às histórias. Hoje a sua vida é a nossa história. A presença corajosa de Alan Johnston em Gaza, como o único jornalista ocidental ali instalado de forma permanente, permitiu-lhe justamente relatar o sofrimento do povo palestiniano, e agora ele próprio tornou-se o último caso de um jornalista apanhado na sua própria história – uma vítima do próprio sofrimento.
Dizem-nos que Alan continua vivo e em segurança, mas não nos dizem quem o detém. Podemos especular se o seu rapto foi por motivos políticos, monetários ou de reconhecimento, mas não sabemos qual, se é que existe algum. Podemos reconhecer que, para impedir que o que sucedeu a Alan suceda a outras pessoas, é necessário que haja um entendimento e uma solução políticos.
No entanto, a nossa resposta de hoje não é política – é humanitária, para dizer a quem nos estiver a ouvir: libertem Alan Johnston sem lhe fazerem mal e sem levantar obstáculos. O Parlamento Europeu deve saudar as garantias de ajuda dadas esta semana pelos ministros dos Negócios Estrangeiros e a promessa de “contacto permanente” feita pelo nosso próprio Alto Representante. Temos a certeza de que agirá de acordo com esta promessas. Sei igualmente que o Senhor Comissário Almunia, nas respostas ao debate de hoje, vai prometer que o seu colega Comissário Louis Michel este fim-de-semana vai abordar o caso de Alan Johnston junto do Presidente Abbas e de representantes da Autoridade Palestiniana. Os nossos agradecimentos.
O Parlamento Europeu reconhece o apoio e a cooperação da Autoridade Palestiniana e temos orgulho no apoio que a Europa dá para suportar o vosso pessoal e os serviços vitais que ele presta, mas foram os vossos próprios serviços secretos que conseguiram estabelecer contacto com os raptores de Alan, e é em vós que depositamos a nossa esperança de um desfecho feliz.
Diz-se no meio da rádio que o maior crime é não dizer nada ao microfone. O rapto de Alan Johnston é o silêncio da rádio que agora tem de acabar.
(Aplausos)
Marcin Libicki (UEN), autor. – (PL) Senhora Presidente, há repórteres que cumprem os seus deveres de forma mais ou menos satisfatória, assim como há melhores e piores meios de comunicação social. Alan Johnston era um bom jornalista, que trabalhava para um órgão bem conhecido, popular e respeitado - a BBC. Alan Johnston foi raptado, apesar de ou mesmo por causa de querer trabalhar para e entre as populações do Médio Oriente, uma zona actualmente em crise. Trabalhava para essas populações na medida em que informava o mundo da sua situação e, dando-nos essa informação, permitia-nos – a nós, políticos – procurarmos também resolver a crise, uma crise sobre a qual, infelizmente, temos muito pouca influência.
Senhora Presidente, os raptos, o terrorismo e os homicídios são, infelizmente, fenómenos que fazem parte do mundo de hoje, um mundo onde já não há princípios, nem sequer – se lhes podemos chamar assim – os princípios éticos da guerra. Estas guerras estão a ser travadas da maneira mais primária. Alan Johnston foi vítima deste fenómeno. Em certa medida, todos nós somos vítimas. Espero que as autoridades competentes façam tudo o que for possível para libertar Alan Johnston.
Marios Matsakis (ALDE), autor. – (EN) Senhora Presidente, não há dúvida de que os palestinianos de Gaza estão a sofrer imenso devido às violações grosseiras dos seus direitos humanos pela situação de cerco atroz que lhes foi imposta pelas acções agressivas do Governo israelita e pela tolerância demonstrada pelos governos ocidentais face a essas acções.
Ao mesmo tempo, não há dúvida de que a luta diária do povo palestiniano chega ao conhecimento da opinião pública em todo o mundo através do trabalho dos jornalistas. Esses jornalistas arriscam as suas vidas ao serviço da liberdade de informação e consequentemente ajudam a promover a luta do povo palestiniano em prol da justiça. O rapto de jornalistas como Alan Johnston é, por conseguinte, contra os interesses do povo palestiniano e prejudica seriamente as suas justas reivindicações. Apelamos ao povo palestiniano para que redobre os seus esforços a fim de garantir a libertação de Alan Johnston. Estamos convictos de que, se o fizerem, estarão a ajudar-se a si próprios acima de tudo.
Erik Meijer (GUE/NGL), autor. – (NL) Senhora Presidente, Gaza é uma zona pequena mas muito urbanizada, praticamente separada do mundo exterior. A oposição do vizinho Israel tem significado que o porto e o aeroporto que tinham sido programados com fundos da UE ainda não se concretizaram, assim como não se concretizou a ligação aberta à parte mais ampla do futuro Estado palestiniano, ao longo do Rio Jordão. Israel foi, durante muito tempo, um lugar que ofereceu emprego, mas retirou em grande parte esta opção com receio de ataques, e deixa entrar muito menos gente no seu território através do posto fronteiriço de Erex.
Israel também controla a passagem da fronteira com o Egipto. Nesta área isolada, uma grande parte da população palestiniana vive como sardinhas em lata, sem empregos, sem rendimentos e sem habitação adequada. A decisão sensata de remover os colonatos israelitas desta faixa costeira poderá ter sido benéfica para aqueles que ali residiam e que eram odiados por aqueles que viviam à sua volta, mas não trouxe praticamente nenhuns benefícios a mais ninguém que ali reside.
Gaza é uma área sinistrada cheia de gente sem perspectivas de futuro, o que a torna uma espécie de prisão assim como um viveiro para actos de desespero. Durante muito tempo, estes actos de desespero consistiam sobretudo em ataques suicidas contra alvos israelitas, mas também incluem raptos. Alan Johnston é o décimo quinto jornalista a ser raptado em Gaza e, no mês após o seu rapto, não se ouviu falar dele durante muito tempo.
Todos os líderes palestinianos, o Presidente Mahmoud Abbas, o Primeiro-Ministro Ismail Haniya e o líder do partido da OLP, Marwan Barghouti, que se encontra preso, condenam de forma unânime actos hediondos deste tipo. A falta de histórias convincentes de sucesso na via para um Estado próprio, e a falta de mantimentos e de rendimentos para o seu povo indicam que estes dirigentes estão a perder o controlo dos acontecimentos. Criminosos desconhecidos, sem quaisquer perspectivas de futuro, estão a tomar conta do poder, o que não contribui de modo algum para melhorar a situação quer na Palestina quer em Israel. Os jornalistas no Iraque e no Afeganistão, por exemplo, têm cada vez maior dificuldade em seguir os acontecimentos no terreno. É por essa razão que teremos que estar vigilantes, e é por isso que os jornalistas que foram raptados deverão ser libertos.
Carl Schlyter (Verts/ALE), autor da proposta de resolução. – (SV) Senhora Presidente, no ano passado, jornalistas em todo o mundo foram vítimas de um número recorde de raptos e mortes. Temos agora o dever de assegurar que esse recorde não seja batido em 2007 e temos a obrigação de contribuir para a libertação de Alan Johnston.
Os meus pensamentos vão para a sua família próxima e alargada e para os seus colegas, e devo dizer que tenho grande esperança de que ele seja liberto. Sabemos que os líderes palestinianos condenam o rapto e que os raptores não têm o apoio do povo palestiniano. Sabemos que eles compreendem que Alan Johnston fez mais do que qualquer outro, ao longo de 16 anos, para dar a conhecer o seu sofrimento. Recorrendo a estes factores, também nós podemos ajudar à sua libertação.
Eu próprio estive em Gaza e sei como a situação ali é difícil. No entanto, é assegurando a presença do maior número possível de jornalistas, que escrevam o mais possível sobre o que se está a passar, que as populações de Gaza têm maiores possibilidades de obter a nossa ajuda para melhorar a sua situação. Porque o povo palestiniano sabe que este rapto é contrário aos seus interesses, estou certo de que os raptores não terão qualquer apoio e de que, por fim, terão de libertar Alan Johnston.
Rodi Kratsa-Tsagaropoulou (PPE-DE), autora. – (EL) Senhora Presidente, permita-me expressar o meu pesar em relação a este incidente. Mais um jornalista que teve a coragem de trabalhar em condições difíceis e perigosas foi vítima de raptores, privando-nos também assim da informação que nós, políticos, e a opinião pública internacional podemos obter sobre as trágicas condições que reinam naquela região.
Espero que o facto de esta notícia ter galvanizado a opinião pública e os líderes políticos dos territórios palestinianos e a eficácia do Governo de Unidade Nacional, que a cada dia que passa adquire cada vez maior visibilidade, contribuam para a libertação do jornalista Alan Johnston, para a identificação dos culpados e para a imputação de responsabilidades.
Uma missão de deputados, da qual faço parte juntamente com alguns colegas presentes nesta Assembleia, desloca-se aos territórios palestinianos na próxima semana. No âmbito das convenções internacionais e das nossas relações bilaterais com a Autoridade Palestiniana, transmitiremos a nossa preocupação e exerceremos todas as pressões possíveis – caso a questão não esteja ainda resolvida – para conseguir a libertação da Alan Johnston e assegurar o máximo de garantias possíveis para a segurança dos cidadãos locais e das pessoas que visitam a região.
Simon Coveney, em nome do Grupo PPE-DE. – (EN) Senhora Presidente, espero que este debate e esta resolução sirvam para aumentar um pouco as pressões internacionais para se conseguir a libertação de Alan Johnston que foi raptado há duas semanas.
Nós, neste Parlamento, temos de falar alto e bom som para enviar uma mensagem inequívoca de condenação dos actos de violência que se verificaram e do rapto de um homem que conquistou uma reputação como um dos maiores repórteres do mundo. Ao longo de muitos anos – mas em particular durante os três últimos anos em Gaza – ele construiu uma reputação como um repórter objectivo e equilibrado nos relatos que faz de uma situação muito difícil.
Pedimos a todas as pessoas que têm alguma influência ou poder sobre os seus raptores que façam tudo ao seu alcance para garantir a sua libertação. Para o próprio povo palestiniano, esta crise vem agravar uma situação já de si trágica. Está a enviar uma mensagem ao resto do mundo de que nem mesmo os jornalistas experientes são bem-vindos ou estão seguros em Gaza.
Este homem tem vindo a informar o resto do mundo sobre o sofrimento, a injustiça e a tragédia que continuam a afligir aquela região. Transformá-lo num alvo raptando-o não só constitui um crime deplorável em si mesmo, como ainda é um absurdo em termos da causa do povo palestiniano.
Gaza já está suficientemente isolada sem o corte das notícias exactas transmitidas pelos meios de comunicação. Apelamos especialmente à Autoridade Palestiniana para que diligencie no sentido da sua libertação como prioridade absoluta, e apelamos ao Conselho e à Comissão para que intensifiquem ao máximo os seus esforços para esse efeito.
Por último, aos familiares e amigos de Alan Johnston, manifesto o meu sincero apoio em nome do Grupo PPE-DE neste Parlamento. Espero que a sua provação em breve tenha uma conclusão positiva que lhes traga alívio.
Elizabeth Lynne, em nome do Grupo ALDE. – (EN) Também eu gostaria de oferecer o meu apoio e o apoio do Grupo ALDE a Alan Johnston e à sua família.
Penso que nenhum de nós consegue imaginar por que razão ele está detido. Este homem tem falado constantemente a favor do povo palestiniano. É inacreditável que se possa raptar alguém como ele. O que esperam conseguir essas pessoas? Certamente que isto não ajuda em nada a causa palestiniana, como frisaram os próprios palestinianos. O seu único delito é a sua convicção de que a história de Gaza e do seu povo tem de ser contada de forma justa e equilibrada, e ele fez isso de maneira excepcional ao longo dos últimos três anos. Ele era o único correspondente estrangeiro a viver em permanência na Faixa de Gaza.
Todos esperávamos que neste momento ele já tivesse sido libertado, como sucedeu às outras 14 pessoas raptadas desde 2005, e hoje juntamos as nossas vozes às daquelas pessoas que pedem à Autoridade Palestiniana que redobre os seus esforços para garantir a rápida libertação de Alan Johnston. Apelamos também para que cessem todos os ataques contra jornalistas. Que mais podemos dizer? Tenho a certeza de que as pessoas por toda a UE têm esperança e rezam pela sua libertação. Tudo o que fazemos hoje é tentar juntar as nossas vozes às dos seus pais e colegas, e dizer aos seus raptores: saibam que, se lhe acontecer alguma coisa, perderão uma voz forte que contava a vossa história ao mundo. Vocês só vão conseguir aumentar ainda mais o vosso isolamento e o isolamento do povo palestiniano. Vocês não podem querer isso. Vocês querem que a vossa voz seja ouvida, não querem ser ainda mais marginalizados. Com estes actos, nós, que sempre apoiámos a causa palestiniana, teremos agora ainda mais dificuldade em convencer as pessoas da validade dos argumentos, e por isso esta situação é completamente absurda e constitui uma traição contra o povo palestiniano que continua a sofrer.
Zuzana Roithová (PPE-DE). – (CS) Senhoras e Senhores Deputados, assinei a carta dos deputados do Parlamento Europeu que exorta as autoridades palestinianas e outras organizações a canalizarem imediatamente todos os seus esforços para garantir a libertação incondicional do jornalista da BBC.
Agora, exortamos a Comissão e o Conselho a fazerem o mesmo e a imporem sanções, se as negociações diplomáticas fracassarem. Os raptores que mantêm o jornalista em seu poder há 46 dias e o Presidente Abbas têm de saber que estão a reter toda a Palestina no seu caminho para o desenvolvimento, consignando-a ao isolamento.
Quero sublinhar que a libertação de Alan Johnston é decisiva para a segurança de todos os jornalistas que trabalham no Médio Oriente. Gostaria de manifestar aqui, no Parlamento, a estima que tenho pelo trabalho que o jornalista Johnston fez em Gaza ao longo dos últimos três anos, bem como de aplaudir o heroísmo do trabalho de todos os seus colegas jornalistas e das suas famílias na preservação da liberdade jornalística nas zonas de conflito em todo o mundo. Eles constituem uma fonte importante de esperança para as populações locais, que enfrentam uma violência terrível que não poderia ser levada à justiça sem liberdade jornalística.
A Europa tem de fazer tudo o que está ao seu alcance para garantir a segurança dos jornalistas nesta zona.
Sarah Ludford (ALDE). – (EN) Senhora Presidente, Alan Johnston é jornalista da BBC há 16 anos e trabalhou já numa série de países, incluindo o Afeganistão e o Uzbequistão. Por isso, ele não escolheu propriamente uma vida confortável! Durante os três anos que permaneceu em Gaza, desenvolveu um profundo interesse pelos acontecimentos sociais e políticos naquela região e contou a história do povo de Gaza. Por isso, como outros oradores já referiram, é extremamente prejudicial para a causa palestiniana o facto de ele não estar a fazer o trabalho que adora e que tão bem faz.
Só em 2005 e 2006, 181 jornalistas e assistentes foram mortos, 1678 foram detidos, 56 e foram raptados e 2780 foram fisicamente agredidos ou ameaçados. O ano 2006 registou o maior número de mortos desde 1994 quando morreram 103, nomeadamente no Ruanda, na Argélia e na antiga Jugoslávia. A censura e as proibições dos meios de comunicação estão, obviamente, generalizados e são persistentes.
Nesta proposta de resolução, apelamos a todos os organismos da UE – aos diplomatas dos Estados-Membros, ao Alto Representante para a PESC e à Comissão – para que reforcem e coordenem os seus esforços com vista à libertação de Alan Johnston. Apelamos também à Autoridade Palestiniana para que intensifique os seus esforços e certamente que dará a esta questão a máxima prioridade se for pressionada pelo povo palestiniano. Agradeço a todas as pessoas de Gaza – jornalistas e cidadãos de todas as origens – por fazerem ouvir os seus pedidos a favor da libertação de Alan Johnston. Elas sabem que precisam de um jornalista íntegro e empenhado para lhes abrir uma janela para o mundo.
As democracias livres não podem florescer sem liberdade de imprensa. Ao mesmo tempo que insistimos para que Alan Johnston regresse são e salvo, saudamos a coragem de todos os jornalistas que arriscam a sua segurança para trazerem a verdade ao mundo e para permitirem que todos nós possamos usufruir da democracia.
Günter Nooke, Presidente em exercício do Conselho. (DE) Senhora Presidente, Senhores Deputados, permitam-me que faça, neste momento, uma curta declaração em nome do Conselho, para vos dizer como este assunto nos perturba a todos. A 12 de Março, o correspondente da BBC Alan Johnston foi raptado em Gaza. No Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da passada segunda-feira reinou grande preocupação sobre o destino de Alan Johnston, que se encontra desaparecido há já seis semanas. Exigimos a sua libertação imediata e incondicional.
Alan Johnston é um jornalista internacionalmente respeitado, com muitos amigos em Gaza e que sempre teve como preocupação mostrar à opinião pública mundial a situação que ali se vive. O seu rapto é um acto criminoso que só posso condenar com a maior veemência possível. Também gostaria de expressar aqui a minha simpatia à sua família, que luta por ele e que vive há mais de um mês e meio com receio e angústia pelo que lhe possa acontecer.
(Aplausos)
Joaquín Almunia, Membro da Comissão. (EN) Senhora Presidente, há mais de seis semanas que Alan Johnston foi raptado e a Comissão expressou a sua solidariedade para com os seus familiares, amigos e colegas neste momento muito difícil.
Margot Wallström, na qualidade de Vice-Presidente da Comissão, fez uma declaração pública sobre o rapto de Alan Johnston, manifestando em nome de todo o Colégio a sua enorme preocupação perante a sua luta e pedindo a sua libertação imediata. Esta semana, o rapto foi condenado pelo Conselho, que apelou à libertação incondicional de Alan Johnston. Além disso, ontem, o meu colega Louis Michel também levantou a questão do rapto do jornalista da BBC durante um encontro com o Vice-Primeiro-Ministro palestiniano, Azam al-Ahmad, e solicitou-lhe que use de toda a sua influência e os seus contactos para fazer tudo ao seu alcance a fim de se descobrir o paradeiro de Alan Johnston. O Vice-Primeiro-Ministro garantiu ao Comissário Louis Michel que ia fazer todos os possíveis para garantir a rápida libertação do jornalista.
O Senhor Comissário Michel também reiterou esses pedidos nos encontros que teve com outros interlocutores palestinianos durante a sua visita à região. Estão em curso intensos esforços diplomáticos coordenados tendo em vista a libertação imediata de Alan Johnston. O nosso pessoal em Jerusalém segue de muito perto os acontecimentos e dá-nos conta de que as autoridades palestinianas, em cooperação com as forças de segurança, estão a discutir todas as opções possíveis com o Governo britânico tendo em vista um desfecho bem sucedido.
Esta questão continua a ser altamente prioritária para o Presidente Abbas, e registamos as declarações públicas também proferidas pelo Primeiro-Ministro Haniyeh, bem como pelo Sr. Barghouti, em nome dos prisioneiros palestinianos, e por palestinianos espalhados por todo o mundo, a condenar este rapto.
É óbvio que o rapto de um jornalista proeminente como Alan Johnston, que tanto tem feito para chamar a atenção de todo o mundo para a situação na Palestina, é particularmente penoso. Os responsáveis pelo seu rapto estão a prestar um mau serviço à causa do povo palestiniano e ao processo de paz no Médio Oriente.