Presidente. – Senhoras e Senhores Deputados, os presidentes dos grupos solicitaram-me que proferisse uma declaração sobre o terrorismo.
Pouco mais de três anos após os ataques bombistas de 11 de Março de 2004, em Madrid, nos quais 192 pessoas perderam a vida, e dois anos após os atentados terroristas cometidos em 7 de Julho de 2005, em Londres, que custaram a vida a 56 pessoas e feriram mais 700, ocorreram há alguns dias atrás, em 29 e 30 de Junho, novos ataques terroristas em Londres e Glasgow.
Alguns dias depois, em 2 de Julho, um atentado suicida no Iémen fez mais vítimas: sete turistas espanhóis e dois iemenitas foram mortos e mais oito pessoas foram feridas. Muitos indícios apontam no sentido de a rede terrorista Al-Qaeda estar ligada a estes ataques. Encontramo-nos perante uma ameaça a todos nós.
O terrorismo constitui um ataque directo à liberdade, aos direitos humanos e à democracia. O terrorismo é a tentativa de destruir os nossos valores, recorrendo à violência cega, valores estes que nos unem na União Europeia e nos nossos Estados-Membros.
Independentemente do local onde for perpetrado e de quem for o responsável, o terrorismo é um crime, ao qual temos de fazer face, actuando com determinação e solidariedade.
A União Europeia tem de unir esforços com a comunidade internacional de nações, de modo a combater o terrorismo em todas as suas formas.
Hoje, o Parlamento Europeu vai debater o relatório Jeanine Hennis-Plasschaert relativamente ao projecto de directiva, apresentado em 2006 pela Comissão, mediante o qual os Estados-Membros são chamados a identificar importantes infra-estruturas em áreas como a energia, a saúde, as comunicações e os transportes, protegendo-as contra ataques terroristas.
Esta actuação permitirá tomar medidas de segurança sustentáveis em caso de ataque terrorista. A estratégia europeia proposta representa um contributo concreto na luta contra o terrorismo.
Temos de tomar todas as medidas necessárias para enfrentar o terrorismo. Ao fazê-lo, devemos nortear-nos pelos princípios do nosso Estado de direito. A luta contra o terrorismo apenas pode ser travada em consonância com os valores que estamos a tentar defender!
O Parlamento Europeu manifesta às vítimas do terrorismo e respectivas famílias a sua solidariedade e apoio àqueles que perderam a vida, mas também aos que continuam a sofrer os seus efeitos psicológicos e físicos.
Permitam-me concluir, citando as palavras do novo Primeiro-Ministro do Reino Unido, Gordon Brown: “Não vamos ceder, não nos vamos deixar intimidar”.
Peço agora que guardemos um minuto de silêncio em memória das vítimas.
(O Parlamento, de pé, guarda um minuto de silêncio)