Zona euro (2007) - Banco Central Europeu (2006) (continuação do debate)
Andrea Losco, em nome do Grupo ALDE. – (IT) Senhor Presidente, Senhor Comissário, Senhor Presidente Trichet, Senhor Presidente Juncker, Senhoras e Senhores Deputados, o Parlamento Europeu pode afirmar com satisfação que a zona euro constitui um factor fundamental de estabilidade na economia global.
Como já foi brilhantemente exposto pelos relatores, os senhores deputados Rosati e Mitchell, neste segundo relatório, o Parlamento pode constatar a indiscutível melhoria da conjuntura económica em 2006, que levou a uma mudança positiva em termos de crescimento económico e, em especial, do emprego, com a criação de dois milhões de novos postos de trabalho, como já foi recordado. Estamos perante uma tendência positiva que os Estados-Membros da zona euro foram capazes de concretizar graças a uma política fiscal saudável e cautelosa, bem como aos esforços envidados no sentido de realizar as necessárias reformas estruturais, que são também fruto de um maior grau de interdependência, exigida aos Estados-Membros pela zona euro.
No entanto, é necessário colocar algumas questões, a mais importante das quais surgiu já na exposição do Senhor Comissário Almunia: que percepção têm os cidadãos europeus dessa conjuntura económica favorável? Que benefícios daí advêm para cada um dos cidadãos? Infelizmente, olhando para além dos dados oficiais, os efeitos palpáveis não foram ainda sentidos por parte da opinião pública. Há que reconhecer que os repetidos pedidos de moderação salarial, sob certas condições solidamente fundamentadas de um ponto de vista económico, estão na verdade distantes da realidade quotidiana de cada cidadão, sendo portanto evidente que, neste momento, alguns Estados-Membros, incluindo a Itália, onde se vivem graves tensões sociais, têm dificuldades concretas em canalizar todo o rendimento adicional para a redução da dívida.
Creio, portanto, que, no respeito pelos compromissos assumidos a médio prazo, devemos responder a um desafio: como podemos nós tornar as rígidas regras da economia compatíveis com as exigências de justiça social?