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Relato integral dos debates
Terça-feira, 7 de Junho de 2011 - Estrasburgo Edição JO

Surto de EHEC nos Estados-Membros da UE (debate)
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  Esther de Lange (PPE).(NL) Senhor Presidente, agradeço ao senhor Comissário a sua presença, mas na realidade preferia que estivesse noutro local, por exemplo, num avião rumo à Rússia, a fim de defender junto das mais altas instâncias o levantamento da proibição que a Rússia acaba de impor, visto ser de uma irrazoabilidade extrema. Agradeço ao Comissário a sua disponibilidade para, nesta fase, dialogar connosco; a comunicação que até ao momento se estabeleceu, inclusive por parte da Comissão, não passou de um rotundo falhanço. Apenas muitos dias após o início do surto a Comissão convocou uma conferência de imprensa. Nessa altura, porém, já o génio há muito tinha saído da lâmpada e as histórias mais incríveis circulavam nos meios de comunicação. O Comissário disse que a fonte do surto podia estar nos pepinos holandeses, quando mais de 200 testes já tinham demonstrado, alguns dias antes, que isso era falso.

Concordo consigo, a parte técnica da história até funcionou. O alerta rápido, o acompanhamento e a localização funcionaram. Há que ter em conta, porém, o lado da comunicação, e este foi uma desgraça, antes de mais na Alemanha, claro, onde diferentes institutos, autoridades e até alguns ministros enviaram sinais divergentes. A Ministra da Agricultura fez uma declaração descabelada no sentido de que as pessoas deviam "deixar de comer produtos crus", embora não tenha qualquer autoridade na matéria. Creio que está em conversações sobre o assunto com a Alemanha, pois há que investigar profundamente como foi possível lidar com tudo isto de forma tão pouco competente.

Espero, também, que discuta dentro em breve com os Ministros da Agricultura a possibilidade de criar um fundo de emergência que seja financiado com o excedente ainda disponível do orçamento da agricultura. Tal como aconteceu com os lacticínios quando surgiu uma profunda crise nesse sector, também agora temos de recorrer ao excedente. No meu país apenas, este sector está a sofrer prejuízos semanais da ordem dos 80 milhões de euros apesar do foco do surto se encontrar longe, e o resultado é que empresas robustas se encontram agora à beira do colapso. Não é esta, decerto, a intenção da União Europeia. Espero que leve ao Conselho dos Ministros da Agricultura este forte sinal do Parlamento Europeu.

 
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