Ana Gomes (S&D). – Senhora Presidente, afinal esta resolução, apesar de pontos positivos, representa um retrocesso relativamente a posições tomadas anteriormente pelo Parlamento Europeu em apoio da solução dos dois Estados.
Preocupa-me que coloque em igualdade ocupante e ocupado, não ferindo, sequer, a ocupação e falhando em pedir aos Estados-Membros que cumpram estritamente o princípio de diferenciação, a resolução 2334 do Conselho de Segurança; que não condene a lei da nacionalidade, racista, que Israel acaba de adotar, tornando os árabes israelitas cidadãos de segunda classe; que a menção ao acordo comercial UE-Israel seja ambígua, não esclarecendo que é preciso garantir que produtos produzidos na Palestina, ou que têm por base a exploração ilegal de recursos palestinianos, não podem ser comercializados na Europa sob rótulo israelita; que façam um ataque enviesado, na linha do Governo da extrema-direita israelita, à iniciativa francesa que o Parlamento Europeu apoiou, tal como a Comissão, a Alta Representante e o Conselho; que condene apenas atos de violência e ataques terroristas contra israelitas. Então e contra palestinianos?
Em suma, esta resolução falha em enviar uma mensagem consistente ao Governo de Israel e às autoridades palestinianas de determinação europeia no apoio à solução dos dois Estados e a uma solução de paz, justa e duradoura para os dois povos em conflito.