Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas em Glasgow, no Reino Unido (COP 26) (continuação do debate)
Carlos Zorrinho (S&D), por escrito. – A vigésima sexta Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP26), que se realiza em Glasgow entre 1 e 13 de novembro deste ano, não pode ser mais uma cimeira marcada por grandes proclamações, títulos sonantes na imprensa e focada apenas na definição de objetivos ambiciosos, que, sendo importantes, são também claramente insuficientes parra que uma descarbonização efetiva e sustentável aconteça. É necessária uma análise de malha mais fina que conduza a ações que garantam uma transição justa, em que não sejam os mais pobres e os mais desfavorecidos a pagar os custos da mudança, envolvendo os indivíduos, as famílias e as comunidades num desafio que estruturalmente melhore as suas vidas, não apenas no plano da qualidade do ar e da proteção contra as catástrofes naturais, mas também na redução das desigualdades económicas e sociais e na preservação da biodiversidade. O aumento dos preços da energia que tem marcado a retoma económica pós-pandemia à escala global demonstra que são precisas medidas urgentes, designadamente na melhor regulação dos mercados e nas medidas de desincentivo à utilização de combustíveis fosseis e de incentivo à produção de energias limpas e às práticas energeticamente eficientes, incluindo o investimento em melhores interligações e na armazenagem.