Proibição de produtos fabricados com recurso ao trabalho forçado no mercado da União (debate)
Anabela Rodrigues (The Left). – Senhora Presidente, em 24 de abril de 2024 celebra-se 11 anos do colapso do Rana Plaza. Matou pelo menos 1 132 trabalhadores no Bangladexe. Aí, produziam-se as mesmas roupas que vestem milhões de pessoas na Europa e em todo o mundo. Este desastre provou que o mercado desregulado, com condições de trabalho forçado e infraestruturas inseguras, se pode converter num assassino em massa.
Já ouvimos aqui que, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho, cerca de 27,6 milhões de pessoas têm sido vítimas de trabalho forçado em todo o mundo. Esta situação afeta desproporcionalmente pessoas pobres e racializadas no Sul Global.
Esta semana são votadas duas legislações importantes que ajudarão a travar a ganância desmedida e que constituem um avanço nos direitos humanos: a diretiva da devida diligência e sustentabilidade cooperativa e a proibição de produtos feitos com trabalho forçado. Cabe a este Parlamento lutar pela sua devida implementação, incluindo uma política ambiciosa de reparações a quem sobrevive a este flagelo, e devolver alguma justiça para evitar a continuidade da exploração dos mais fragilizados.