Index 
 Anterior 
 Seguinte 
 Texto integral 
Processo : 2008/2631(RSP)
Ciclo de vida em sessão
Ciclos relativos aos documentos :

Textos apresentados :

RC-B6-0521/2008

Debates :

PV 08/10/2008 - 22
CRE 08/10/2008 - 22

Votação :

PV 09/10/2008 - 7.9
Declarações de voto
Declarações de voto

Textos aprovados :

P6_TA(2008)0471

Textos aprovados
PDF 114kWORD 35k
Quinta-feira, 9 de Outubro de 2008 - Bruxelas
Suspensão do ciclo de Doha da OMC
P6_TA(2008)0471RC-B6-0521/2008

Resolução do Parlamento Europeu, de 9 de Outubro de 2008, sobre a suspensão da Ronda de Doha da OMC e o futuro da Agenda de Desenvolvimento de Doha

O Parlamento Europeu,

–  Tendo em conta a Declaração Ministerial de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), de 14 de Novembro de 2001,

–  Tendo em conta as suas anteriores resoluções sobre a Agenda de Doha para o Desenvolvimento (ADD),

–  Tendo em conta o Documento Final da Sessão Anual de 2008 da Conferência Parlamentar sobre a OMC, aprovada por consenso em 12 de Setembro de 2008, em Genebra,

–  Tendo em conta n.º 4 do artigo 103.º do seu Regimento,

A.  Considerando que a reunião ministerial da OMC destinada a encerrar a Ronda de Doha chegou a um impasse no fim de Julho de 2008,

B.  Considerando que as negociações levadas a cabo em Genebra, em Julho de 2008, fracassaram; considerando que se registaram alguns progressos em certos aspectos, não tendo, porém, sido abordados no esboço de acordo outros aspectos importantes para a conclusão de vertentes plenas,

C.  Considerando que o interesse dos países em desenvolvimento, e em particular dos países menos desenvolvidos, bem como o empenhamento de todos os membros da OMC na "Ronda de Doha", devem permanecer no cerne das negociações,

D.  Considerando que a não conclusão da Ronda de Doha contribuiria para agravar a actual incerteza económica mundial e poderia ameaçar a credibilidade do sistema multilateral de comércio, provocando uma reorientação para acordos comerciais de tipo bilateral e regional,

1.  Manifesta o seu profundo desapontamento e preocupação perante o impasse da reunião ministerial da OMC do passado mês de Julho de 2008;

2.  Reitera o seu compromisso total para com a abordagem multilateral da política comercial e do papel de uma OMC capaz de garantir uma solução global, ambiciosa e equilibrada no comércio internacional, no pleno respeito dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas;

3.  Está convicto de que, no actual contexto, caracterizado por uma crise económica e financeira, a conclusão positiva da Ronda de Doha pode ser um factor de estabilização;

4.  Considera que, quaisquer que sejam os progressos da ADD, a OMC, juntamente com as outras organizações internacionais, tem de abordar coerente e urgentemente os novos desafios globais nos quais o comércio é um factor a ter em conta, como a segurança alimentar, a energia, as ajudas ao comércio e as alterações climáticas;

5.  Está plenamente consciente das dificuldades de um compromisso único, e reconhece os progressos feitos até à data nas negociações, que deverão constituir uma base importante e sólida para levar por diante a Ronda de Doha na próxima reunião e obter um resultado positivo;

6.  Exorta a UE, os EUA e o G20, enquanto novos grandes intervenientes económicos, a assumirem as suas responsabilidades nas negociações em curso, a respeitarem plenamente o espírito da Ronda de Doha e a envidarem todos os esforços para que se chegue a um acordo o mais rapidamente possível; salienta uma vez mais a importância de uma diferenciação entre países em desenvolvimento e países emergentes;

7.  Solicita à Índia e aos EUA que encontrem uma solução política para o problema das condições de aplicação do Mecanismo Especial de Salvaguarda (MES), a fim de garantir um equilíbrio equitativo entre as questões comerciais e os problemas da segurança alimentar, de forma a permitir a confirmação das negociações de Genebra da ADD sobre as outras questões ainda em aberto;

8.  Convida os países desenvolvidos e os países em vias de desenvolvimento mais avançados a adoptarem a iniciativa da União Europeia "Tudo menos armas", oferecendo aos países menos desenvolvidos um acesso ao mercado totalmente isento de direitos aduaneiros e quotas; sublinha igualmente a importância da estratégia de ajuda ao comércio;

9.  Considera que nas negociações da ADD deveria ser concedida prioridade às necessidades dos países em desenvolvimento e, em especial, dos países menos desenvolvidos, colocando o desenvolvimento no centro de todos os debates;

10.  Considera que as dificuldades da ADD revelam a necessidade, uma vez concluída a Ronda de Doha, de abordar urgentemente a questão da reforma da OMC a fim de a tornar mais eficaz e transparente e melhorar a sua legitimidade democrática, a sua responsabilidade, transparência, abrangência e integração na arquitectura mais ampla da governação global; manifesta a sua convicção de que os parlamentares devem exercer um controlo mais firme e eficaz no domínio do comércio internacional;

11.  Reitera a necessidade de proporcionar uma assistência técnica focalizada e de contribuir para a criação de capacidades para ajudar os países em desenvolvimento a participarem efectivamente na ADD;

12.  Solicita à Comissão e ao Conselho que estabeleçam um acordo, no espírito do Tratado de Lisboa, que garanta a plena participação do Parlamento nas negociações comerciais internacionais da UE;

13.  Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho, à Comissão, aos governos e parlamentos dos Estados-Membros e ao Director-Geral da OMC.

Aviso legal - Política de privacidade