Schengen, a chave da recuperação: entrevista com o presidente da Comissão das Liberdades Cívicas do PE

"As fronteiras internas da UE devem reabrir o mais rapidamente possível", segundo o presidente da comissão parlamentar LIBE, Juan Fernando López Aguilar. Saiba mais na nossa entrevista.

Juan Fernando LOPEZ AGUILAR
Juan Fernando López Aguilar

Após meses de suspensão da livre circulação no espaço Schengen, o Parlamento apela a um regresso rápido e coordenado à normalidade.

Antes de uma votação sobre a situação do espaço Schengen na sessão plenária de junho, o presidente da Comissão das Liberdades Cívicas, Juan Fernando López Aguilar (S&D, ES), falou sobre como restaurar a zona sem fronteiras e as lições aprendidas com a crise de COVID-19.




Quando é que reabrem as fronteiras internas do espaço Schengen?

 

Elas devem reabrir o mais rapidamente possível, essa é a minha mensagem. Mas, aparentemente, isso não acontecerá na íntegra antes do início de julho. A nossa comissão tem recordado aos Estados-Membros que estão vinculados pelo direito europeu, o código das fronteiras Schengen. A lei estipula que todas as restrições devem ser enquadradas no tempo e que os motivos para a suspensão devem ser razoáveis e proporcionais.



Agora, é importante que a Comissão supervisione o restabelecimento da livre circulação num prazo faseado. Os ministros dos Assuntos Internos devem coordenar com a Comissão todas as extensões de restrições. É óbvio que sem Schengen, não haverá recuperação (da pandemia). A meu ver, sem Schengen, não haveria União Europeia.

Leia mais sobre o que a UE pode fazer quanto à reabertura das fronteiras Schengen.

O espaço Schengen necessita de uma melhor coordenação e governação?



Tem havido uma falta de coordenação deplorável. Os governos dos Estados-Membros não cumpriram as suas obrigações, as quais são vinculativas. Eles deveriam ter comunicado antes (sobre a suspensão de Schengen) entre si e com a Comissão, para que esta pudesse garantir que as suspensões são limitadas no tempo e não discriminatórias para alguns cidadãos. No processo de restaurar o funcionamento normal do espaço Schengen, vamos garantir que esses erros se transformem em lições aprendidas.



Se houver uma segunda vaga de infeções, o que devemos fazer de diferente na Europa? O encerramento das fronteiras é a melhor maneira de evitar a propagação do vírus?  



Vamos reconhecê-lo: a pandemia apanhou-nos de surpresa. Foram tomadas medidas sem precedentes. Ela desafiou as liberdades que, durante muitos anos, considerávamos como garantidas. A liberdade de circulação foi suspensa e isso é prejudicial. Mas, precisamente porque a situação era sem precedentes, temos de mostrar alguma compreensão com os erros dos governos nos seus esforços para garantir a saúde pública, que constitui é principal prioridade deles.

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