Terrorismo na UE: ataques terroristas, vítimas mortais e detenções em 2019

O número de ataques terroristas e de vítimas na UE continuou a diminuir em 2019. Consulte o gráfico para ver a evolução do terrorismo jiadista desde 2014.

Infographic on terrorism
Terrorismo de inspiração religiosa na UE

Número de ataques terroristas jiadistas perpetrados, falhados ou desmantelados na UE (2017-2019) segundo a Europol

 

2017

2018

2019

Ataques perpretados

10

7

3

Ataques falhados

12

1

4

Ataques desmantelados

11

16

14

Total

33

24

21



Registaram-se 119 ataques terroristas na Europa em 2019, incluindo os perpetrados, os fracassados e os desmantelados. Destes ataques, 21 são atribuídos ao terrorismo jiadista. Embora representem apenas um sexto de todos os ataques na UE, os terroristas jiadistas foram responsáveis por todas as mortes - um total de 10, e por 26 feridos de um total de 27.

Cerca de metade dos ataques terroristas na UE são étnico-nacionalistas e separatistas (57 em 2019, todos exceto um na Irlanda do Norte), sendo as outras principais categorias de terroristas da extrema-direita (6) e da extrema-esquerda (26).

O número de vítimas do terrorismo jiadista continuou a diminuir desde o pico de 2015, e em 2019 o número de ataques detidos pelas autoridades dos Estados-Membros era o dobro do número de ataques realizados com sucesso ou falhados.

No entanto, de acordo com Manuel Navarrete, o diretor do Centro Europeu de Contraterrorismo da Europol, o nível de ameaça ainda é relativamente elevado.

A 23 de junho, Navarrete apresentou à Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos, o relatório anual da Europol sobre as tendências terroristas e observou que existe a mesma tendência das comunidades online que incitam à violência nos meios associados à direita e aos jiadistas: "para os jiadistas, os terroristas são mártires da guerra santa, para os extremistas de direita, eles são os santos de uma guerra racial."


Lê mais sobre o terrorismo jiadista na UE desde 2015.



Menos ataques terroristas e menos vítimas

 

No total, 10 pessoas perderam a vida em 3 ataques jiadistas na UE no último ano em Utrecht, Paris e Londres, em comparação com 13 mortes em 7 ataques em 2018.

Oito Estados-Membros da UE sofreram tentativas de ataque terrorista em 2019.



Ataques desmantelados são o dobro dos perpetrados ou falhados


Em 2019, 4 ataques jiadistas falharam enquanto 14 incidentes foram desmantelados, em comparação com 1 e 16 ataques em 2017, respetivamente. Em ambos os anos, o número de tentativas detidas pelas autioridades é o dobro do número de ataques levados a cabo ou falhados. Os ataques de inspiração jiadista visam maioritariamente locais públicos e oficiais da polícia ou das forças militares.


Os ataques jiadistas levados a cabo e falhados foram realizados com base na utilização de armas brancas e armas de fogo. Todas as operações de ataque que envolviam a utilização de explosivos foram interrompidas. A maioria dos autores dos ataques atuaram ou planeavam atuar sozinhos.

Em 2019, 436 indivíduos foram detidos por suspeita de crimes relacionados com o terrorismo jiadista. As detenções ocorreram em 15 países. Foi registado maior número de casos em França (202); entre 32 e 56 na Espanha, na Áustria e na Alemanha; entre 18 e 27 detenções na Itália, na Dinamarca e nos Países Baixos. Este número também é inferior relativamente ao ano anterior, durante o qual 511 pessoas tinham sido detidas.


A ameaça dos prisioneiros radicalizados


Tanto os indivíduos detidos por atos terroristas como os que se radicalizam na prisão constituem uma ameaça. Em muitos países europeus, vários prisioneiros radicalizados serão libertados em breve, o que pode aumentar o nível de ameaça à segurança, alertou Navarrete. Em 2019, um ataque fracassado, um desmantelado e outro bem sucedido tinham sido organizados por prisioneiros radicalizados.

Descobre mais sobre o que a UE tem feito para prevenir a radicalização.

Cooperação na UE


A cooperação reforçada entre os países da UE, mediante a partilha de informações, ajudou a prevenir ataques ou a limitar o seu impacto, de acordo com o diretor do Centro Europeu de Contraterrorismo da Europol.

"Por causa do intercâmbio de informações e das conexões que temos, os Estados-Membros conseguem chegar cedo ao local do ato para identificar os riscos. Para mim, é um bom sinal que dois terços dos ataques tenham sido identificados e contidos graças à cooperação que está em vigor", disse Navarrete.

Conhece as medidas da UE para combater o terrorismo.


Uso não sistemático das rotas migratórias pelos terroristas


Alguns cidadãos manifestaram a sua preocupação quanto ao risco que os migrantes que tentam entrar na Europa podem representar. O relatório da Europol reitera que, tal como nos anos precedentes, não se verifica um uso sistemático da migração irregular por parte de organizações terroristas. Na realidade, no caso das mais de 70% de detenções associadas ao terrorismo jiadista, cuja nacionalidade fora notificada à Europol, os indivíduos eram nacionais do país europeu em questão.

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