As medidas da UE contra as alterações climáticas 

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@ Ezra Comeau-Jeffrey. Unsplash  

A luta contra as alterações climáticas é uma prioridade europeia. Descobre em quais soluções a UE e do Parlamento estão a trabalhar.

Mitigar o aquecimento global: o aumento de 2°C

As temperaturas médias globais aumentaram significativamente desde a revolução industrial e a última década (2011-2020) foi a década mais quente de que há registo. Dos 20 anos mais quentes, 19 ocorreram desde 2000.

Os dados do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas mostram que 2022 teve o verão mais quente e foi o segundo ano mais quente de que há registo na União Europeia (UE).

A maioria dos dados indica que tal se deve ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) produzidas pela atividade humana.

Atualmente, a temperatura média global é de 0,95 a 1,20°C mais elevada do que no final do século XIX. Os cientistas consideram que existe um aumento de 2°C em comparação com os níveis pré-industrialização, o que pode trazer consequências perigosas e catastróficas para o clima e o ambiente.

É por esta razão que a comunidade internacional concorda que o aquecimento global deve manter-se muito abaixo de um aumento de 2°C.


Por que razão a ação climática da UE é importante?

As alterações climáticas impactam a Europa

As alterações climáticas já afetam a Europa de diversas maneiras, consoante a região. Além de acarretarem a perda de biodiversidade, incêndios florestais, diminuição da produção agrícola e temperaturas mais elevadas, também podem impactar a saúde das pessoas.

A UE é um grande emissor de gases com efeito de estufa

A União Europeia foi o quarto maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, depois da China, dos EUA e da Índia em 2019. A proporção detida pela UE no que refere às emissões mundiais de gases com efeito de estufa

Consulta a nossa infografia com factos sobre as alterações climáticas na Europa.


A UE é um membro empenhado nas negociações climáticas das Nações Unidas

A UE é um ator essencial nas negociações das Nações Unidas sobre as alterações climáticas e assinou o Acordo de Paris. Todos os países da UE são igualmente signatários, mas coordenam as suas posições e estabelecem objetivos comuns de redução das emissões ao nível da UE.

Em 2015, no âmbito do Acordo de Paris, a UE comprometeu-se a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa na UE em pelo menos 40%, até 2030, relativamente aos níveis de 1990. Em 2021, a meta foi alterada para pelo menos 55% de redução até 2030 e um objetivo de neutralidade climática até 2050.

Vê a nossa cronologia das negociações sobre as alterações climáticas.



Os esforços da UE são tangíveis

Em 2008 a UE fixou o objetivo de reduzir as emissões em 20% até 2020 em relação aos níveis de 1990. As emissões tinham registado uma queda de 24% até 2019 e de 31% até 2020, em parte devido à pandemia da COVID-19. Foram estabelecidas novas metas em 2021.

Verifica a nossa infografia com os progressos da UE em termos dos objetivos climáticos para 2020.

Pacto Ecológico Europeu: rumo às emissões líquidas zero até 2050

Em 2021, a União Europeia tornou a neutralidade climática, a meta de emissões líquidas nulas até 2050, legalmente vinculativa para todos os Estados-Membros. E estabeleceu um objetivo intermédio de redução de 55% das emissões até 2030.

Este objetivo de emissões líquidas nulas está consagrado na Lei Europeia do Clima. O Pacto Ecológico Europeu consiste num roteiro para a Europa se tonar num continente com impacto neutro no clima até 2050.

A legislação concreta que permitirá à Europa alcançar os objetivos do Pacto Ecológico está descriminada no pacote ‘Objetivo 55’ que a Comissão apresentou em julho de 2021. Este inclui a revisão de várias peças legislativas existentes em matéria de redução e de emissões e energia que são explicadas mais abaixo.

A UE está também a trabalhar para alcançar uma economia circular até 2050, através da criação de um sistema alimentar sustentável e da proteção da biodiversidade e os polinizadores.

Para financiar o Pacto Ecológico Europeu, a Comissão apresentou em janeiro de 2020 o Plano de Investimento para uma Europa Sustentável, com vista a mobilizar, pelo menos, um bilião de euros em investimento público e privado durante a próxima década.

No âmbito deste plano de investimento, o Mecanismo e o Fundo para uma Transição Justa foram desenhados para prestar auxílio às regiões e comunidades mais afetadas pela transição verde, como é o caso das regiões altamente dependentes do carvão.




mais sobre o Pacto Ecológico.

As emissões de gases com efeito de estufa por setor na UE  

Reduzir as emissões graças às políticas climáticas da UE


A União Europeia criou diferentes tipos de mecanismos em função do setor.


As centrais elétricas e a indústria

Para reduzir as emissões das centrais elétricas e da indústria, a UE criou o primeiro grande mercado do carbono. Com o regime de comércio de licenças de emissão da UE (CELE) as empresas têm de comprar licenças para emitir CO2, pelo que quanto menos poluem, menos pagam. Este sistema cobre 40% das emissões totais de gases com efeito de estufa da UE.

Para alinhar o sistema CELE com as metas mais ambiciosas do pacto Ecológico, o esquema foi atualizado para reduzir as emissões da indústria em 62% até 2030. O atual CELE vai incluir as emissões dos transportes marítimos. E será criado um novo regime (CELE II) para incluir outros setores poluentes, como os edifícios e o transporte rodoviário a partir de 2027.



A construção, a agricultura e a gestão de resíduos

 

Os setores ainda não incluídos no CELE, como a construção, a agricultura e a gestão de resíduos, reduzirão também as suas emissões através da legislação relativa à partilha de esforços entre os países da UE. Para acompanhar o ambicioso pacote “Objetivo 55”, as metas de redução para estes setores devem aumentar de 29% para 40% até 2030.



Os transportes

No que diz respeito aos transportes rodoviários, em junho de 2022, o Parlamento Europeu apoiou a proposta da Comissão Europeia para conseguir que os novos automóveis de passageiros e dos veículos comerciais ligeiros na UE sejam responsáveis por zero emissões de CO2 em 2035.

Em junho de 2022, o Parlamento votou a favor de uma revisão do CELE para a aviação, incluindo neste regime todos os voos que partem do Espaço Económico Europeu. Em abril de 2023, o Parlamento aprovou a proposta revista de eliminar gradualmente as licenças de emissão gratuitas para a aviação até 2026 e promover a utilização de combustíveis de aviação sustentáveis.



A deflorestação e a utilização dos solos

A UE pretende igualmente utilizar o poder de absorção de CO2 das florestas para combater as alterações climáticas. Na primavera de 2023, o Parlamento Europeu votou a favor de uma atualização das regras que regem a deflorestação e as alterações do uso do solo (LULUCF é o acrónimo em inglês referente a esta legislação). As novas regras vão aumentar os sumidouros de carbono da UE em 15% até 2030.


As importações de países com ambições climáticas menos ambiciosas

O Parlamento adotou regras para o mecanismo de ajustamento carbónico fronteiriço em abril de 2023 que aplicará um preço de carbono às importações de indústrias intensivas em carbono fora da UE de modo a combater a deslocalização industrial para países com metas climáticas menos ambiciosas.

Lê mais sobre as medidas da UE para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.


Aumentar as energias renováveis e a eficiência energética

A energia é a maior fonte de emissões de gases com efeito de estufa na UE. A melhoria da eficiência energética e a produção de energia mais limpa ajudam a alcançar os objetivos climáticos da UE e a reduzir a sua dependência das importações.

Em março de 2023, o Parlamento e o Conselho chegaram a um acordo para impulsionar as energias renováveis. A percentagem de energias renováveis no consumo final de energia da UE deverá aumentar para 42,5% até 2030, enquanto os países deverão visar o objetivo individual de 45%.

Além disso, a UE pretende melhorar a eficiência energética com novas metas, apoiadas pelo Parlamento em setembro de 2022, de uma redução de 40% no consumo final de energia e de 42,5% no consumo de energia primária até 2030.

Os eurodeputados vão votar as metas para a quota de energias renováveis e a eficiência energética nos próximos meses.


Sabe mais sobre as medidas da UE para promover a energia limpa.



Criar uma economia sustentável e circular até 2050  

 

A transição para uma UE neutra em carbono até 2050 no âmbito do Pacto Ecológico significa reconsiderar todo o ciclo de vida dos produtos: promover o consumo sustentável e a economia circular. Tal deverá conduzir a uma redução do consumo de recursos, a menos resíduos e a menos emissões de gases com efeito de estufa.

 

O Plano de Ação da UE para a Economia Circular inclui medidas sobre:

  • embalagens e plásticos
  • têxteis sustentáveis
  • equipamentos eletrónicos e TIC
  • construção e edifícios
  • baterias e veículos
  • a cadeia alimentar
  • matérias-primas essenciais
  • reparação e reutilização de bens



Lê mais sobre o que a UE está a fazer para alcançar uma economia circular.

 

Combater as alterações climáticas através da preservação da biodiversidade e restauração da natureza

 

A restauração dos ecossistemas naturais e a preservação da biodiversidade são importantes para a mitigação das alterações climáticas, aumentando as capacidades de armazenamento de carbono da natureza e tornando-se mais resistente às alterações climáticas.

Em abril de 2023, o Parlamento Europeu aprovou regras para garantir que os bens importados para a UE não tenham contribuído para a desflorestação ou degradação florestal em nenhuma parte do mundo.

 

Descobre de que forma a UE preserva a biodiversidade.