Seguro automóvel: novas regras para proteger as vítimas de acidentes de viação

Descubra como o Parlamento Europeu pretende assegurar que as vítimas de acidentes de viação na Europa sejam justamente indemnizadas.

Em 2017,135 mil pessoas ficaram gravemente feridas. A maioria eram utentes ​​da via pública, como: crianças, peões, ciclistas e idosos.
Em 2017,135 mil pessoas ficaram gravemente feridas. A maioria eram utentes ​​da via pública, como: crianças, peões, ciclistas e idosos.

Embora as estradas da União Europeia (UE) sejam as mais seguras do mundo, 25 300 pessoas perderam a vida e 135 mil ficaram gravemente feridas em 2017. A maioria das vítimas eram utentes vulneráveis ​​da via pública, como: crianças, peões, ciclistas e idosos.

Para reforçar a proteção das vítimas de acidentes de viação na UE, o Parlamento Europeu (PE) aprovou, a 13 de fevereiro, uma proposta para melhorar a atual diretiva referente ao seguro automóvel. As novas regras garantirão indemnizações mais justas às vítimas, pretendem desencorajar o uso de veículos sem seguro e certificarão o tratamento igual aos segurados dos diferentes Estados-Membros.

Os eurodeputados estão também a trabalhar em melhores regras de segurança rodoviária a fim de reduzir o número de vítimas nas estradas europeias.


Maior nível de proteção das vítimas
As vítimas de acidentes de viação em que a seguradora do veículo responsável é insolvente podem, atualmente, não receber indemnização ou sofrer atrasos no pagamento. Sob as novas regras, a responsabilidade pela indemnização em tais casos, seria padrão para os Estados-Membros. Os deputados propõem igualmente que a indemiização seja concedida no prazo máximo de seis meses.

Os cidadãos de toda a UE beneficiarão do mesmo nível mínimo de proteção. Para danos pessoais, as vítimas terão direito a uma cobertura de seguro de pelo menos 6 070 000 euros por acidente, independentemente do número de vítimas, ou 1 220 000 euros por vítima. Para danos à propriedade, os montantes de cobertura serão de 1 220 000 euros por sinistro, independentemente do número de vítimas. Os Estados-Membros poderão definir valores mais elevados.


Prémios de seguro mais acessíveis
As novas regras irão incitar as companhias de seguros a permitir que um histórico de sinistralidade seja transferível, permitindo que um consumidor que se muda para outro país da UE continue a usufruir dos benefícios, na mesma base que os segurados nacionais. Tal deve significar que os cidadãos da UE usufruam do acesso a prémios e potenciais descontos mais vantajosos, independentemente da sua nacionalidade ou do seu Estado de residência anterior.


Reprimir os veículos não segurados
A condução sem seguro é um problema crescente dentro da UE, que custa milhões de euros e aumenta os prémios para os consumidores pagantes. A proposta do Parlamento permitiria que os Estados-Membros realizassem controlos sistemáticos de seguros transfronteiriços através de tecnologias não intrusivas, como o reconhecimento das matrículas, e de impor sanções.


Quais os veículos serão incluídos na nova diretiva?
As regras cobririam a maioria dos veículos, todavia E-bikes, segways e scooters elétricas seriam excluídos, pois são menores e causam menos danos a pessoas e bens. Além disso, a aplicação de regras de seguro automóvel pode desencorajar o seu uso. Veículos de desporto motorizado são também são omitidos, pois, em geral, estão protegidos por outras formas de responsabilidade.


O que se segue
Os eurodeputados terão, agora, de negociar as novas regras com o Conselho antes de poderem entrar em vigor.

Uma vez implementadas, a Comissão terá de avaliar a sua aplicação no que diz respeito aos carros autónomos.