Vacinas: PE apela a medidas para proteger cidadãos de doenças evitáveis 

Comunicado de imprensa 
 
 

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A vacinação evita cerca de 2,5 milhões de mortes por ano em todo o mundo, segundo dados referidos pelo PE © AP Images/European Union-EP  

Devido às hesitações em relação à vacinação, a Europa está atualmente a enfrentar “surtos de sarampo evitáveis em vários países”, disse o PE, apelando a medidas para combater este fenómeno.

As hesitações generalizadas em relação à vacinação assumiram “proporções inquietantes” com consequências para a saúde nos Estados-Membros, nota o PE, recordando que “a redução da vacinação na Europa esteve na origem de graves surtos de sarampo, que causaram mortes em vários países europeus”, incluindo em Portugal.

 

Os dados relativos à situação atual da vacinação nos países da UE revelam a “existência de lacunas importantes em matéria de aceitação das vacinas” e “taxas de cobertura de vacinação insuficientes para garantir uma proteção adequada”.

 

Numa resolução hoje aprovada por larga maioria, o PE insta a Comissão Europeia a continuar a reforçar o seu apoio aos esforços nacionais para aumentar a cobertura da vacinação e a tomar medidas com os Estados-Membros para restabelecer a confiança do público, nomeadamente através da criação de uma plataforma europeia destinada a combater os efeitos da divulgação de informações enganosas.

 

O PE pede também à Comissão que favoreça “uma maior harmonização e um melhor alinhamento dos calendários de vacinação em toda a UE” e que desenvolva iniciativas para assegurar uma cobertura uniforme em toda a Europa e para reduzir as desigualdades em matéria de saúde.

 

Os eurodeputados consideram “um passo positivo” uma iniciativa sobre o reforço da cooperação contra as doenças evitáveis por vacinação que o executivo comunitário deverá apresentar no segundo trimestre deste ano.

 

Restabelecer a confiança na vacinação

 

O PE apela a uma maior transparência na produção de vacinas e à tomada de medidas para tranquilizar os cidadãos europeus, salientando que as vacinas são “rigorosamente testadas” ao longo de várias fases e “periodicamente reavaliadas”.

 

Uma maior transparência nos processos de avaliação das vacinas e dos seus adjuvantes, bem como o financiamento de programas de investigação independentes sobre os seus eventuais efeitos secundários, contribuiriam para o restabelecimento da confiança na vacinação, afirmam os eurodeputados.

 

A resolução realça a necessidade de fornecer aos cidadãos “informações inclusivas e baseadas em factos e na ciência”, exortando a Comissão e os Estados-Membros a facilitarem o diálogo com membros da sociedade civil, dos movimentos populares, do mundo académico, dos meios de comunicação social e das autoridades sanitárias nacionais para “combater as informações não fiáveis, enganosas e sem base científica sobre a vacinação”.

 

Adjudicação conjunta de vacinas

 

O PE apoia o acordo para a adjudicação conjunta de vacinas, de modo a agregar o poder de compra dos Estados-Membros, garantir a disponibilidade de vacinas em quantidades suficientes, o acesso às mesmas e o tratamento igual de todos os países europeus participantes.

 

O custo de uma embalagem completa de vacinas para uma criança, mesmo aos preços mais baixos a nível mundial, foi multiplicado por 68 entre 2001 e 2014, nota a resolução.

 

Dados

 

A vacinação evita cerca de 2,5 milhões de mortes por ano em todo o mundo e reduz os custos dos tratamentos específicos de doenças, segundo dados referidos na resolução parlamentar.

 

No período de 2008 a 2015, foram registados na Europa 215 000 casos de doenças evitáveis por vacinação, excluindo a gripe.

 

Vídeo das intervenções de eurodeputados portugueses no debate

 

Carlos Zorrinho (S&D)

 

João Ferreira (CEUE/EVN)