Ursula von der Leyen apresenta a sua visão para o futuro da Europa  

Comunicado de imprensa 
 
 

Partilhar esta página: 

A candidata a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, apresentou hoje aos eurodeputados as orientações políticas para o seu mandato e a sua visão para o futuro da União Europeia.

Ursula von der Leyen no debate no Parlamento Europeu (PE)  

As orientações políticas da candidata a presidente da Comissão, apresentadas esta manhã aos eurodeputados, abordam uma série de temas, como as alterações climáticas, o Estado de direito, a economia e a tributação, a migração e a igualdade de género.

Ursula von der Leyen reconheceu que “um planeta saudável” é “o nosso maior desafio e a nossa maior responsabilidade”, propondo metas mais ambiciosas para a redução das emissões - de 50% a 55% até 2030 - e comprometendo-se a apresentar um Pacto Verde para a Europa e uma Lei Climática Europeia nos primeiros 100 dias do seu mandato. Anunciou também planos para investimentos sustentáveis na Europa, que podem passar pela conversão parcial de fundos do Banco Europeu de Investimento (BEI) num "banco climático".

Na sua intervenção em plenário, von der Leyen afirmou que a economia europeia deve estar ao serviço dos cidadãos. No entanto, para que isso aconteça, “todos precisam de compartilhar o fardo”, incluindo os gigantes tecnológicos.

A candidata a presidente da Comissão reiterou o seu compromisso para com a igualdade de género no futuro colégio de comissários e anunciou que procurará que a violência contra as mulheres seja definida como um crime nos tratados europeus.

Outro dos compromissos de von der Leyen diz respeito ao Estado de direito, um “valor europeu”. A candidata pretende estabelecer um mecanismo de monitorização a nível da UE, paralelo às medidas já existentes. Salientou que os valores europeus incluem também “o dever de salvar vidas no mar”, devendo estes traduzir-se numa política de fronteiras mais humana.

No hemiciclo de Estrasburgo, a candidata proposta pelo Conselho Europeu declarou o seu apoio a um “novo pacto sobre migração e asilo” e ao relançamento da reforma do regulamento de Dublim.

No que se refere à democracia europeia, von der Leyen anunciou a realização de uma Conferência para a Europa a partir de 2020, que durará dois anos e na qual os cidadãos europeus assumirão um papel de liderança e protagonismo. A candidata escolhida pelos líderes europeus afirmou que o sistema dos candidatos principais (Spitzenkandidaten) deve ser fortalecido e que as listas transnacionais devem ser reconsideradas nas futuras eleições europeias.

Ursula von der Leyen declarou o seu total apoio ao direito de iniciativa do PE, comprometendo-se a apresentar uma proposta legislativa em resposta a todas as resoluções aprovadas pela maioria dos membros que compõem a assembleia europeia.


Intervenções dos líderes dos grupos políticos

Manfred Weber (PPE, DE) confirmou o apoio do seu grupo a Ursula von der Leyen. “Defendemos uma Europa que seja justa, moderna e inovadora, segura, de mente aberta e ecológica. Vamos implementar esses compromissos com ela”, disse. Weber saudou, em particular, as propostas destinadas a reconhecer o direito de iniciativa do PE e a melhorar o processo dos candidatos principais, sublinhando que “acordos de bastidores devem ser uma coisa do passado”.

Iratxe García (S&D, ES) pediu a von der Leyen que explique com mais detalhe os seus planos para dar resposta às preocupações dos cidadãos, em especial às dos jovens, condição necessária para decidir se o grupo deve ou não apoiá-la. “A democracia europeia está a avançar muito devagar”, lamentou, destacando que o apoio ao crescimento sustentável, medidas mais robustas para combater a pobreza e uma estratégia vinculativa para a igualdade de género são essenciais.

Dacian Cioloș (Renew Europe, RO) disse: “Não podemos mais dececionar os milhões de europeus que disseram SIM à Europa. Esperam que a UE defenda o Estado de direito sem hesitações”. O seu grupo está disposto a apoiá-la com um objetivo em mente: a renovação da Europa. “Mas, acima de tudo, esperamos de si uma verdadeira liderança pró-europeia. A Europa não é uma administração, mas uma ambição política”, rematou.

Philippe Lamberts (Verdes/ALE, BE) declarou que o seu grupo não está pronto para entregar o comando da UE a Ursula von der Leyen, numa altura em que “a nossa casa comum está a arder, o clima está a deteriorar-se, há desigualdades profundas e um retrocesso nas liberdades fundamentais e no Estado de direito”. No entanto, se for eleita, o seu grupo está disposto a fornecer-lhe o seu apoio “sempre que as propostas estiverem à altura dos desafios existenciais que enfrentamos”.

Jörg Meuthen (ID, DE) anunciou que o seu grupo irá votar contra von der Leyen, afirmando que ela não tem o perfil para o posto e que a sua visão para o futuro da Europa não foi convincente. Criticou ainda a candidata por prometer muitas coisas diferentes e contraditórias aos grupos políticos a fim de garantir o seu apoio, por exemplo, em relação ao Estado de direito e à migração.

Raffaele Fitto (ECR, IT) pediu a Ursula von der Leyen para clarificar a sua posição sobre "o mecanismo do Estado de direito, em relação ao qual estamos em discordância" com a política até agora seguida pela Comissão. Em relação à luta contra as alterações climáticas, disse estar “satisfeito com propostas como o fundo de transição e o banco para investimentos sustentáveis, mas discutimos metas cada vez mais ambiciosas, sem dizer como vamos alcançá-las”.

Martin Schirdewan (CEUE/EVN, DE) disse que o seu grupo não votará em von der Leyen. Os eleitores esperavam que um candidato principal fosse nomeado para presidente da Comissão, e não uma ministra da Defesa, o que é um sinal “da militarização contínua e do isolamento da UE". Pediu ainda o fim das políticas de austeridade e investimentos na segurança social, na educação, nos cuidados de saúde e na luta contra as alterações climáticas.


Clique nos links para ver os vídeos das intervenções


Declaração de Ursula von der Leyen, candidata a presidente da Comissão Europeia

Primeira ronda dos líderes dos grupos políticos

Respostas de Ursula von der Leyen aos líderes dos grupos políticos


Vídeos das intervenções de eurodeputados portugueses no debate

João Ferreira (CEUE/EVN)

Marisa Matias (CEUE/EVN)

Paulo Rangel (PPE)

Carlos Zorrinho (S&D)

Pedro Marques (S&D)