PE quer critérios comuns para acabar com descoordenação face à COVID-19 

Comunicado de imprensa 
 
 

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  • Vírus poderá permanecer ativo ainda vários meses até que haja uma vacina eficaz e segura 
  • PE apela a código de cores comum e a testes reconhecidos em todos os Estados-Membros  
  • Época normal da gripe deverá aumentar o número de pessoas que devem ser testadas 
©Vojtech Vlk/Adobe Stock  

O PE defendeu hoje a adoção de definições, critérios e metodologias de saúde comuns para que os Estados-Membros e a Comissão possam dar uma resposta mais coordenada à COVID-19.

Com o aumento recente de novos casos de COVID-19 em toda a UE, cada país voltou a adotar medidas diferentes e descoordenadas em matéria de livre circulação de pessoas, como a quarentena obrigatória ou recomendada (com diferentes períodos), testes à chegada ao território nacional, aplicação de critérios diferentes para a definição de áreas de risco e requisitos diferentes sobre a utilização de máscara.


“Os Estados-Membros parecem não ter retirado qualquer ensinamento desde o início desta crise”, diz o Parlamento Europeu, criticando esta descoordenação numa resolução aprovada esta tarde com 595 votos a favor, 50 contra e 41 abstenções.


Devido a esta falta de harmonização, os dados relativos às pessoas infetadas são frequentemente interpretados de forma muito diversa pelos vários Estados-Membros, o que leva os cidadãos de outros Estados-Membros a ser alvo de “discriminação indevida”, lamentam os eurodeputados.


O PE solicita aos Estados-Membros que adotem uma série de medidas, por exemplo:


  • a mesma definição para um caso positivo de COVID-19, para um caso de morte por COVID-19 e para uma recuperação da infeção;

  • uma estratégia comum de testes no âmbito da qual os resultados dos testes seriam reconhecidos em todos os Estados-Membros;

  • medidas para garantir que todos os que necessitem de um teste o possam fazer sem qualquer tempo de espera desproporcionado;

  • um período de quarentena comum;


  • um plano de recuperação para Schengen, incluindo as formas e os meios de regressar a um espaço Schengen plenamente operacional, sem controlos nas fronteiras internas, e planos de contingência, a fim de evitar que os controlos temporários nas fronteiras internas se tornem semipermanentes a médio prazo.

O PE considera que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) deve ser capaz de avaliar, com eficácia e de forma adequada, o risco de propagação do vírus e publicar um mapa do risco, atualizado semanalmente, com base num “código de cores comum” estabelecido de acordo com as informações recolhidas e fornecidas pelos Estados-Membros.


O ECDC deve receber de imediato mais recursos, designadamente mais pessoal permanente, por forma a dar continuidade ao trabalho no âmbito da COVID-19, sublinha.


Interoperabilidade das aplicações de rastreio e proteção dos dados pessoais


A assembleia europeia espera que a interoperabilidade das aplicações de rastreio da COVID-19 seja concretizada a nível da UE até outubro, de forma a permitir a rastreabilidade da doença em toda a UE. Os eurodeputados incentivam a Comissão e os Estados-Membros a continuarem a encorajar os cidadãos a fazerem uso destas aplicações, e a fazê-lo cumprindo plenamente o disposto no Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados.


Vídeo das intervenções de eurodeputados portugueses no debate


Sara Cerdas, em nome do grupo S&D


Paulo Rangel (PPE)