COVID-19: PE apela a medidas para colmatar o fosso digital na educação
- A crise da COVID-19 expôs desigualdades severas no acesso à educação na UE
- Fechar o fosso digital na educação deve ser uma prioridade
- O orçamento do programa Erasmus+ deve ser triplicado
O Parlamento Europeu defende a redução do fosso digital como prioridade, em resposta ao acentuar da desigualdade de acesso à educação causado pela pandemia.
A resolução sobre o futuro da educação europeia no contexto da COVID‑19 foi aprovada com 593 votos a favor, 58 contra e 36 abstenções.
A educação digital tem de ser uma realidade para todos
Os parlamentares deploram as “discrepâncias graves” na aprendizagem a nível da UE durante o confinamento, patentes no facto de, em alguns Estados‑Membros, até 32 % dos alunos não terem tido acesso à educação durante vários meses. Os eurodeputados temem que a pandemia diminua os futuros níveis de rendimento desta geração e que afete negativamente o crescimento da produtividade do trabalho e a competitividade da União no seu todo.
Como tal, colmatar o fosso digital tem de ser uma prioridade imediata, para a qual a Comissão deverá contribuir através de investimentos na conetividade e equipamento digital, particularmente em áreas rurais, e da instrução de professores e formadores em como utilizar as novas tecnologias.
Reforçar o investimento em preparação para a segunda vaga
“Muitos países ainda não estão preparados para a segunda vaga que já está a atingir a Europa. Mais deverá ser feito para garantir o acesso a educação e formação de qualidade para todos. Para isso, precisamos de investir na educação. Lamentamos profundamente que o Conselho esteja a propor cortes a programas que apoiam a educação e a formação. Reiteramos o apelo para que o orçamento do programa Erasmus+ seja triplicado. Encorajamos os Estados-Membros a aumentarem significativamente a despesa pública na educação”, afirmou Victor Negrescu (S&D, RO), falando em nome da Comissão da Cultura e da Educação no debate que precedeu a votação.
Na resolução hoje aprovada, o PE exorta os Estados‑Membros a utilizarem os fundos disponíveis no âmbito do plano de recuperação para estimular o investimento na educação.
Uma visão ambiciosa para o Espaço Europeu da Educação
Os eurodeputados criticaram a falta de coordenação e de troca de boas práticas educacionais durante a crise pandémica, referindo que a UE deve ser mais ativa na coordenação com os Estados-Membros. Para colmatar esta lacuna, o PE propõe a criação de uma plataforma através da qual os Estados-Membros possam partilhar boas práticas, apelando ainda à transformação do Espaço Europeu da Educação “num programa de trabalho concreto”.
“É com satisfação que encaramos a iniciativa do pacote educacional apresentada pela Comissão no final de setembro. Contudo, este é apenas o primeiro passo. É agora tempo de a visão para um Espaço Europeu da Educação e um Plano de Ação para a Educação Digital melhorado ser apoiada por medidas concretas e pelo financiamento necessário para as implementar”, disse a presidente da Comissão da Cultura e da Educação, Sabine Verheyen (PPE, DE), após a aprovação da resolução.
Nota aos editores
De acordo com a UNESCO, durante a primeira vaga de COVID-19, mesmo nos países mais desenvolvidos do mundo, 10% dos alunos não tiveram acesso à educação digital. Menos de 25% dos países de baixo rendimento ofereceram algum tipo de aprendizagem à distância.
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