UE é a instância certa para enfrentar a pandemia, mas reforma é necessária: resultados do inquérito do Parlamento Europeu  

Comunicado de imprensa 
 
 

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  • Aumento de 10 pontos percentuais dos europeus com uma imagem positiva da UE em relação ao outono de 2019 (de 40% para 50%) 
  • 48% dos inquiridos querem o combate contra a pobreza e as desigualdades sociais no topo da agenda do Parlamento Europeu 
  • 63% dos inquiridos querem que o Parlamento Europeu tenha um papel mais importante  

Três quartos dos europeus acreditam que o Plano de Recuperação da UE vai ajudar a economia a recuperar mais rápido. Portugal é o terceiro país com percentagem mais elevada (88%).

O Parlamento Europeu tem um novo inquérito sobre perceções dos europeus. O estudo, feito pela empresa de sondagens Kantar, foi conduzido entre novembro e dezembro de 2020.


O Presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, disse: "a mensagem deste inquérito é clara: os cidadãos europeus apoiam a União Europeia e veem a UE como o lugar certo para encontrar soluções face à crise. Mas, claramente, os europeus querem uma reforma - e é por isso que precisamos de lançar a Conferência sobre o Futuro da Europa o mais rapidamente possível".


Dados globais


A pandemia da COVID-19 reforçou a crença dos cidadãos de que a União Europeia é a instância certa para desenvolver soluções eficazes para enfrentar a COVID-19 e as suas consequências. No final de 2020, mais inquiridos viram como mais positiva a resposta ao nível da UE em comparação com a resposta do seu país. Além disso, perto de três quartos dos inquiridos (72%) acreditam que o Plano de Recuperação da UE permitira à economia do seu país uma recuperação mais rápida dos efeitos negativos provocados pela pandemia. Portugal é o terceiro país em que esta percentagem é mais alta (88%), depois da Irlanda (92%) e Malta (91%).


A pandemia e outros desafios a nível global, tais como a emergência climática, sustentam o apelo dos cidadãos europeus para uma reforma fundamental da UE. 63% dos inquiridos a nível europeu (71% em Portugal) querem que o Parlamento Europeu desempenhe um papel mais importante no futuro, um aumento de 5 pontos percentuais em comparação com o outono de 2019.

O inquérito mostra um aumento de 10 pontos percentuais no número europeus que têm uma imagem positiva da UE (50%) comparado com outono de 2019. 67% dos portugueses têm uma imagem positiva, valor apenas superado pela Irlanda, com 77%. 66% dos inquiridos estão otimistas em relação ao futuro da União Europeia.


Ainda assim, a perspetiva individual continua pessimista, no contexto de pandemia: 53% dos inquiridos acreditam que a situação económica do seu país será pior daqui a um ano. Em Portugal, este valor situa-se nos 47%. 29% dos portugueses antecipam que as suas condições de vida vão piorar (24% na média europeia).


A nível europeu, apenas um em cada cinco (21%) acredita que a economia nacional pode melhorar no próximo ano. Mais de metade dos inquiridos (52%) antecipam que as suas condições de vida daqui a um ano se mantenham as mesmas. Um quarto dos inquiridos (24%) acreditam que, daqui a um ano, estarão ainda pior; enquanto 21% pensam o contrário.


Provavelmente motivados por estas perceções económicas, os europeus identificam uma nova prioridade política para o Parlamento Europeu: 48% dos inquiridos querem que o combate contra a pobreza e as desigualdades sociais estejam no topo da agenda. Esta é a primeira prioridade em todos os Estados-Membros, à exceção da Finlândia, República Checa, Dinamarca e Suécia, onde o combate ao terrorismo e ao crime organizado surge em primeiro lugar (35% de valor médio nos 27 países). Com 76%, Portugal encabeça a lista de 23 países onde a maior parte dos inquiridos refere que esta deve ser a grande prioridade.


Seguem-se medidas para melhorar o acesso a uma educação de qualidade para todos (33%), bem como a proteção do ambiente e biodiversidade (32%) como prioridades para os europeus. Em Portugal, medidas para lutar pelo emprego pleno em todos os Estados-Membros (51%; acima da média europeia de 21%) e o acesso a educação de qualidade (para 41% dos portugueses) são as seguintes prioridades mais escolhidas em resposta a esta pergunta que permitia escolher até quatro opções.


O ranking dos valores fundamentais que o Parlamento Europeu deve defender também mostra uma alteração. Enquanto a defesa dos direitos humanos a nível internacional (51%) e a igualdade de género (42%) permanecem no topo, a solidariedade entre Estados-Membros sobe para terceiro lugar - com 41% dos inquiridos a querer que o Parlamento Europeu defenda este valor acima de todos os outros, em comparação com os 33% de há um ano. Estes são também os três valores prioritários para os portugueses.


Também a nível da União Europeia consolidou-se o apelo à mudança: apenas 27% apoiam a UE como esta tem sido até agora; enquanto que 44% apoiam bastante a UE, mas querem uma restruturação. Outros 22% veem a UE de forma bastante cética, mas admitem mudar de ideias à luz de uma reforma radical.


Em Portugal, 44% apoiam a UE, mas querem mudanças, e 42% apoiam a UE tal como está. Apenas 7% declaram-se bastante céticos, admitindo mudar de opinião em caso de reforma e 1% está contra a UE.

Opinião dos Portugueses 
  • 47% dos portugueses dizem que daqui a um ano a situação da economia portuguesa estará pior (média na UE sobre o estado da economia dos respetivos países: 53% antecipa que a situação vai piorar) 
  • 43% dos portugueses referem que, daqui a um ano, as suas condições de vida estarão na mesma situação 
  • 47% dos portugueses entendem que a Europa está a ir na direção certa (média na UE: 39%) 
  • 88% dos portugueses concordam que o Plano de Recuperação da UE permitirá à economia do seu país uma recuperação mais rápida dos efeitos da pandemia (Portugal é o terceiro país com percentagem mais alta, depois da Irlanda e Malta; média da UE: 72%) 
  • Os portugueses têm uma imagem muito positiva da União Europeia, com 67% (UE: 50%). Os portugueses ficam em 2º lugar, depois da Irlanda e antes da Polónia. 
  • 78% dos portugueses consideram também que Portugal fazer parte da UE é positivo (UE: 63%). Apenas 2% diz ser algo negativo. 
  • 90% dos portugueses inquiridos dizem que Portugal beneficiou de ser membro da UE (UE: 72%). Portugal fica em 2º lugar, atrás da Irlanda e antes da Lituânia. 
  • Sobre os benefícios de Portugal pertencer à UE, 50% dos inquiridos referem que a UE contribui para o crescimento económico de Portugal (UE: 40%) 
  • A maioria dos portugueses (54%) têm uma imagem positiva do Parlamento Europeu (UE: 37%). Portugal fica em 2º lugar, depois da Irlanda (65%) e antes da Bulgária. 
  • 71% dos portugueses inquiridos querem que o Parlamento Europeu tenha um papel mais relevante (UE: 63%). Apenas 4% quer um papel menos relevante (o valor mais baixo na UE). 
  • Para os portugueses, a maior prioridade do Parlamento Europeu devem ser as medidas para reduzir a pobreza e as desigualdades sociais – 76% (UE: 48%).