A situação dos direitos fundamentais: normas e práticas na Hungria (A7-0229/2013 - Rui Tavares)
João Ferreira (GUE/NGL), por escrito. − Este relatório aborda desenvolvimentos políticos extremamente preocupantes na Hungria. Ignora outros igualmente graves, como a tentativa de ilegalizar o Partido Comunista dos Trabalhadores Húngaros, pela via da proibição do uso de palavras como comunismo, socialismo e libertação. Na Hungria, assiste-se a uma degradação contínua dos direitos políticos, laborais e sociais dos trabalhadores e do povo. O desemprego e a emigração disparam. Os salários e pensões de miséria, a pobreza, os preços altos, a destruição gradual dos serviços públicos, o ataque à liberdade sindical e de organização dos trabalhadores são outros fatores que ajudam a compor um quadro extremamente preocupante. É justa a manifestação de preocupação face a esta realidade. Mas não caucionamos a tentativa de branquear as responsabilidades da própria UE nesta situação, que, de resto, tem paralelo, em alguns (e apenas em alguns) dos fatores descritos, com o que se passa noutros países. Nem aceitamos que essa UE, com pesadíssimas responsabilidades na degradação da situação política, económica e social em numerosos Estados-Membros, como Portugal, seja agora instituída como o polícia bom, a defensora da democracia e dos direitos humanos, por cuja degradação tem vindo a ser responsável.