Fluxos migratórios no Mediterrâneo, com especial atenção aos acontecimentos trágicos de Lampedusa (RCB7-0474/2013, B7-0474/2013, B7-0475/2013, B7-0476/2013, B7-0477/2013, B7-0478/2013, B7-0479/2013, B7-0480/2013)
João Ferreira (GUE/NGL), por escrito. − Sucedem-se acontecimentos trágicos e revoltantes ao largo da ilha italiana de Lampedusa. Mas nem por isso esta resolução faz uma avaliação séria da situação existente. Muito menos faz a defesa, que se impunha, de políticas que ajudem a encontrar soluções para a tragédia humana diária de milhares de imigrantes que tentam chegar à União Europeia. O que, mais uma vez, aconteceu em Lampedusa demonstra o caráter desumano da política de imigração da UE, responsabilizando as instituições da UE, incluindo a maioria deste Parlamento, enquanto promotores e apoiantes da mesma. Esta política continuará a provocar a morte, os maus-tratos e as mais hediondas violações dos direitos humanos dos imigrantes. Os que fogem à exploração, à fome e à miséria para procurar uma vida um pouco melhor não podem ser tratados como criminosos. Com mais propriedade poderão ter esse qualificativo os que defendem políticas que permitem (ou toleram) a morte de milhares de seres humanos no Mediterrâneo. Nesta resolução, por detrás das palavras de circunstância habituais nestas ocasiões, sobressai a vontade de manter e aprofundar a mesma política repressiva e criminosa – veja-se o papel que é conferido à FRONTEX. Nenhuma medida é proposta para abordar a origem deste problema.