João Ferreira (GUE/NGL), por escrito. − Com a capa de uma melhor informação sobre os produtos financeiros para os pequenos investidores, este relatório tenta propagandear uma maior transparência destes produtos. Assegurando uma informação prévia aos investidores acerca dos ganhos e riscos e dos custos associados, tentam restituir o que chamam de confiança do investidor em tempos de crise. Embora a questão da informação prévia aos investidores seja crucial, não no sentido de tranquilizá-los, mas sim da verdadeira transparência e veracidade, este relatório propõe uma desresponsabilização dos criadores dos produtos financeiros e dos que os comercializam, assentando no pressuposto que um documento prévio de informação passa a responsabilizar o investidor por comprar produtos inadequados podendo perder todo o seu investimento, e com a criação de selos de garantia por parte da UE tentam promover a sua comercialização. Trata-se, além disso, de legitimar produtos cujo retorno não é fixo, dependendo dos mercados financeiros. Cada produto oferece ao investidor um conjunto de ganhos potenciais e riscos de perda com custos associados que reduzem o seu retorno financeiro. Este relatório assenta na lógica da livre e desregulada circulação de capitais, responsável pela crescente instabilidade e pelo risco de crises financeiras, com consequências sobre o crescimento económico e o emprego. Nem por um momento é posta em causa.