Quinta-feira, 21 de Novembro de 2013 - Estrasburgo
Edição revista
Reforçar a Dimensão Social da UEM (B7-0496/2013)
João Ferreira (GUE/NGL), por escrito. − Em 2 de maio de 1998 foi aprovada a lista de 11 países fundadores da Zona Euro – e afirmou-se que o Euro traria taxas de crescimento elevadas. Outras promessas foram feitas: de aumento do emprego, de convergência real das economias, de convergência de salários, de que o euro seria um escudo contra a crise. Enfim, se o ridículo matasse... A verdade é conhecida. Entre 2000 e 2009, tal como previmos e prevenimos, os desequilíbrios macroeconómicos no seio da Zona Euro agravaram-se, o desequilíbrio das balanças comerciais de alguns países acentuou-se, passámos a ter países devedores e países credores. Por detrás do dito objetivo de estabilidade dos preços, está o objetivo de reduzir os custos unitários do trabalho. Sem soberania monetária e cambial, os únicos fatores de ajustamento recaíram sobre a desvalorização dos salários e o aumento do desemprego. O mecanismo do Pacto de Estabilidade associado ao Euro e seus sucedâneos, como o Semestre Europeu, criaram constrangimentos absolutos a qualquer possibilidade de desenvolvimento endógeno. Agora, preocupados com o aumento das desigualdades e das consequências brutais das medidas de austeridade, defendem que a UEM deve assegurar uma dimensão social. A UEM pode compatibilizar-se com o social? Acreditamos que não. Mais do que procurar minimizar os efeitos desta política, há que rejeitá-la.