João Ferreira (GUE/NGL), por escrito. – O programa de atividades da Presidência grega, como ficou bem patente nas diversas intervenções – da Comissão, do Conselho e dos principais grupos políticos –, será necessariamente determinado pela continuação do prosseguimento pela União Europeia daquelas que foram definidas como as linhas de resposta essenciais à sua crise. Linhas de resposta reafirmadas no último Conselho Europeu. É de chumbo o silêncio sobre os gravíssimos flagelos sociais, como os quase 30 milhões de desempregados na UE, os níveis dramáticos do desemprego juvenil ou os 125 milhões de pessoas atiradas para uma situação de pobreza ou em risco de pobreza, panorama de que, ironicamente, a Grécia é exemplo maior e mais dramático. Insiste-se, ao invés, numa despudorada campanha ideológica em torno de alegadas e falsas perspetivas de recuperação económica. Cega e obstinadamente, insiste-se num único caminho: o do prosseguimento do retrocesso social e da expropriação da soberania dos povos. Nada se resolve, tudo se agrava. Se depender destes senhores, apenas isso se pode esperar deste semestre. Terão que contar porém com o alargamento e aprofundamento também da resistência e luta dos povos. Luta de que as próximas eleições para o Parlamento Europeu serão um momento importante. Luta que continua sendo a mais sólida razão de esperança e de confiança num futuro melhor.