O futuro das relações UE-ASEAN (A7-0441/2013 - Reinhard Bütikofer)
João Ferreira (GUE/NGL), por escrito. − Como bem reconhece o relatório, a ASEAN é uma das mais importantes organizações regionais emergentes do mundo. Não constitui pois surpresa que a UE aponte baterias para a região do Sudeste Asiático e que tenha iniciado negociações com a Malásia, Tailândia e Vietname para o estabelecimento de um acordo de livre comércio (ALC), estando em vias de concluir um acordo do mesmo tipo com Singapura. Essa perspetiva é evidente, não apenas pelos acordos em negociação ou em vias de conclusão, mas pelo apoio explícito à integração económica regional assente na livre circulação de bens, serviços e investimentos, que facilitaria o objetivo final de estabelecer um ALC entre as duas regiões. Para a maioria deste parlamento, o que importa é a possibilidade de abrir mercados e dominar países, satisfazer a voracidade e a pulsão imperial dos seus monopólios. Veja-se o caso paradigmático do sector têxtil. Permitiu-se a deslocalização dos monopólios deste sector dos países da UE para os países desta região, com o objetivo de reduzir os custos do trabalho, defendendo-se agora a supressão dos custos com as importações através do ALC, o livre estabelecimento das empresas, o que levará à pressão para uma ainda maior compressão dos salários e direitos laborais dos trabalhadores de ambas as regiões. Votámos contra.