Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2014 - Estrasburgo
Edição revista
Condições de entrada e de residência de nacionais de países terceiros (debate)
João Ferreira (GUE/NGL). - Senhor Presidente, defendemos, evidentemente, a possibilidade de residentes de países terceiros poderem entrar, residir e trabalhar na União Europeia. Defendemos que o possam fazer com condições de dignidade, que hoje são negadas a muitos deles. Mas esta proposta relativa às condições de entrada e de residência para efeitos de investigação e de estudos é bem reveladora do caráter seletivo das políticas de imigração da União Europeia.
Fica bem patente qual o seu objetivo: compensar a escassez e a fuga de cérebros que atinge vários países, inseparável da desqualificação das condições de prestação de trabalho científico e dos obstáculos crescentes no acesso ao conhecimento e à formação avançada; compensar esta fuga com a atração de cérebros de países terceiros; atrair força de trabalho qualificada, de acordo com as necessidades de algumas das principais potências, compensando a fuga com uma fuga de sentido inverso à qual estão associadas as mesmíssimas consequências perniciosas. Entretanto, para os outros, continua a vigorar a Europa Fortaleza, que criminaliza a imigração e os migrantes.