Emissões de dióxido de carbono nos carros: factos e números (infografia)
Já te questionaste sobre a quantidade de emissões de CO2 provenientes dos carros? São os veículos elétricos mais limpos? Descobre mais nas infografias.
Os transportes foram responsáveis por cerca de um quarto das emissões de dióxido de carbono (CO2) na União Europeia (UE) em 2019, 72% das quais provêm dos transportes rodoviários., de acordo com o relatório da Agência Europeia do Ambiente.
Como parte dos esforços para reduzir as emissões de dióxido de carbono e de modo a alcançar a neutralidade climática ao abrigo do roteiro do Pacto Ecológico Europeu, será necessária uma redução de 90% dos gases com efeito de estufa oriundos do sector dos transportes até 2050, em comparação com os níveis de 1990.
Emissões de CO2 nos transportes estão a crescer
Os transportes são o único sector onde as emissões de gases com efeito de estufa aumentaram nas últimas três décadas, registando um aumento de 33,5% entre 1990 e 2019.
A redução significativa das emissões de CO2 dos transportes não será fácil, uma vez que os níveis de redução das emissões abrandaram. As projeções atuais apontam para uma diminuição das emissões dos transportes em apenas 22% até 2050 e, portanto, muito aquém das ambições atuais.
Carros são os maiores poluidores
O transporte rodoviário representa cerca de um quinto das emissões da UE.
As emissões de dióxido de carbono dos transportes de passageiros variam significativamente mediante o meio de transporte. Os carros são os maiores poluentes, uma vez que perfaziam 60,6% do total das emissões de dióxido de carbono em transportes rodoviários na Europa em 2019.
Com uma média de ocupação de 1,6 passageiros por carro na Europa - verificada em 2018, alternativas como, por exemplo, partilhar automóvel, usar os transportes públicos, andar de bicicleta ou caminhar podem ajudar a reduzir as emissões.
Carros elétricos ganham terreno, mas serão mais sustentáveis?
Existem duas formas de reduzir as emissões de C02 nos carros: produzir viaturas mais eficientes e alterar o combustível utilizado. Em 2019, a maioria dos carros na Europa usavam gasóleo (66,70%), seguido da gasolina (24,55%).
Porém, os carros elétricos têm vindo a ganhar terreno, representando 17,8% de todos os novos veículos de passageiros registados em 2021, o que significa um aumento substancial em relação aos 10,7% verificados em 2020.
As vendas de veículos elétricos (veículos elétricos a bateria e veículos híbridos plug-in) aumentaram desde 2017 e triplicaram em 2020, quando as atuais metas de CO2 começaram a ser aplicadas. Os veículos comerciais ligeiros elétricos representaram 3,1% do mercado dos novos registos de veículos comerciais ligeiros em 2021.
Para se responder à pergunta “Qual a quantidade de dióxido de carbono que um carro produz” deve-se ter em consideração não apenas as emissões de CO2 durante o uso do automóvel, mas também as emissões causadas pela sua produção e eliminação.
A produção e disposição de um carro elétrico é menos amiga do ambiente do que um carro com motor de combustão interna e os níveis de emissões nos veículos elétricos varia dependendo na forma como a eletricidade é produzida.
Ainda assim, tendo em conta o cabaz energético médio na Europa, os carros elétricos já se estão revelar como meios de transporte mais limpos do que carros que consomem gasolina. Como se prevê que no futuro a eletricidade proveniente de energias renováveis vá aumentar, os carros elétricos deverão tornar-se menos prejudicais para o ambiente, sobretudo se considerarmos os atuais planos da UE para tornar as baterias mais sustentáveis.
No entanto, os esforços para aumentar a eficiência energética dos novos carros estão também a abrandar.
Metas da UE para reduzir as emissões dos transportes rodoviários
Atualmente, a União Europeia está a introduzir novas metas para as emissões de dióxido de carbono, que visam reduzir as emissões prejudiciais dos novos automóveis de passageiros e veículos comerciais ligeiros (furgonetas ou carrinhas).
A nova legislação define o caminho para conseguir zero emissões de CO2 para novos automóveis de passageiros e veículos comerciais ligeiros em 2035. As metas de redução de emissões intermediárias para 2030 são fixadas em 55% para os carros e 50% para as furgonetas.
O Parlamento e os Estados-Membros chegaram a um acordo sobre a forma final das regras em outubro de 2022. O acordo foi aprovado pelo Parlamento em fevereiro de 2023 e ainda precisa de ser formalmente aprovado pelo Conselho para que as regras entrem em vigor.
Outras ações da UE para reduzir as emissões dos transportes
No sentido de reduzir as emissões do transporte rodoviário, a UE pretende complementar os objetivos propostos para as emissões de CO2 dos automóveis de passageiros e dos veículos comerciais ligeiros, com:
- um novo sistema de comércio das licenças de emissões (RCLE-UE) para o transporte rodoviário e os edifícios
- o aumento da quota de combustíveis renováveis para os transportes
- a eliminação das vantagens fiscais para os combustíveis fósseis
- uma revisão da legislação relativa à infraestrutura para combustíveis alternativos de modo a expandir a capacidade
Além do estabelecimento de objetivos para as emissões dos automóveis, os eurodeputados estão a rever outras medidas para os sectores da aviação e marítimo como, por exemplo: incluir o transporte marítimo no regime de comércio de licenças de emissões; rever o regime para a aviação; e propor combustíveis mais sustentáveis para a aviação e a navegação. Apesar de representarem apenas 8% das emissões totais da UE, as emissões da aviação e do transporte marítimo estão a aumentar.